terça-feira, 6 de dezembro de 2011
E O PIB?
PIB fica estável no terceiro trimestre
Por Juliana Ennes e Diogo Martins Valor
RIO – O Produto Interno Bruto (PIB) ficou estável no terceiro trimestre em relação ao segundo na série com ajuste sazonal. O resultado foi puxado pelo desempenho do setor agropecuário, com alta de 3,2%. Indústria e serviços tiveram despenho negativo, com quedas de 0,9% e 0,3%, respectivamente, na mesma comparação.
No acumulado de 12 meses o PIB cresceu 3,7%, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No ano, até setembro, a variação do PIB está em alta 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, o PIB do período julho-setembro deste ano registrou expansão de 2,1%.
Pelo lado da demanda, o único crescimento do terceiro trimestre (sobre o segundo, descontando os fatores sazonais) foi de exportações, com avanço 1,8%, enquanto o pior resultado foi registrado em despesas de consumo do governo, com queda de 0,7% na mesma comparação. Já a formação bruta de capital fixo (FBCF), um indicativo de investimento, registrou queda de 0,2% em igual intervalo.
As variações já levam em conta revisões feitas pelo IBGE em percentuais relativos a trimestres anteriores.
PIB brasileiro tem desempenho abaixo da média entre 14 países
Por Rafael Rosas Valor
RIO – A variação nula do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior deixou o desempenho da economia do país atrás de diversas nações que já divulgaram os resultados do PIB na mesma comparação.
Uma lista de 14 países apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em dados dos institutos de estatística nacionais, do Banco Central e do Banco Mundial coloca a performance da economia brasileira à frente apenas da Holanda, que viu seu PIB cair 0,3% entre o segundo e o terceiro trimestres.
O Brasil aparece empatado com Bélgica e Espanha, que também tiveram variações nulas do PIB. À frente do Brasil estão o avanço médio de 0,2% do PIB da União Europeia; o crescimento de 0,4% da França; o avanço de 0,5% do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Alemanha; a alta de 0,6% do Chile; o resultado positivo de 0,7% da Coreia do Sul; o crescimento de 1,3% do México; a alta de 1,4% da Noruega; e a subida de 1,5% do Japão.
Em termos de PIB per capita – calculado em dólar por paridade de poder de compra – mostra o Brasil em último na mesma lista, com US$ 10,9 mil. A seguir vêm México, com US$ 13,8 mil; e Chile, com US$ 15,5 mil. A partir daí, todos os países apresentam PIB per capita acima de US$ 30 mil, com destaque para a Noruega, com US$ 58,6 mil.
(Rafael Rosas Valor)
Desempenho do PIB brasileiro é o pior entre os Brics
Por Rafael Rosas Valor
RIO – O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre, com alta de 2,1% frente a igual trimestre do ano passado, colocou o país na lanterna entre os Brics, bloco formado também por China, Índia, Rússia e África do Sul. Os chineses ficaram na liderança da lista, com alta de 9,1% no PIB entre julho e setetmbro.
A seguir vêm a Índia, com crescimento de 6,9% da economia em relação ao terceiro trimestre de 2010; a Rússia, com alta de 4,8%; e a África do Sul, com avanço de 3,1%.
Em termos de PIB per capita, no entanto, o Brasil segue apenas atrás da Rússia. O país europeu fechou o trimestre com PIB per capita – calculado em dólares por paridade de poder de compra – de US$ 15,9 mil, à frente dos US$ 10,9 mil registrados no Brasil. Depois vêm África do Sul, com US$ 10,7 mil; China, com US$ 7,4 mil; e Índia, com US$ 3,4 mil.
IBGE revê para baixo crescimento do PIB no 1º e 2º trimestre de 2011
Por Diogo Martins Valor
RIO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aproveitou a divulgação do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2011 para apresentar algumas revisões do desempenho da economia brasileira em outros períodos.
De janeiro a março deste ano, a economia brasileira teve crescimento de 0,8%, no comparativo com os três meses antecedentes. Originalmente, o IBGE apontou expansão de 1,2%. No segundo trimestre de 2011, o resultado do PIB foi revisado de uma alta de 0,8% para 0,7%.
Vale notar que o PIB teve variação nula entre julho e setembro deste ano, em relação aos três meses anteriores.
Considerando a comparação com 2010, a economia brasileira apresentou avanço de 3,3% no segundo trimestre deste ano, contra alta de 3,1% divulgada inicialmente.
Nos últimos quatro trimestres encerrados em março de 2011, o crescimento do PIB saiu de 6,2% para 6,3%. Nos 12 meses terminados em junho, o avanço foi revisto de 4,7% para 4,9%.
No acumulado de 2011, até junho, a expansão do PIB foi de 3,6% para 3,8%.
Entre julho e setembro do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1%, em relação aos três meses anteriores. Inicialmente, o avanço informado foi de 0,4%. No trimestre fechado em dezembro de 2010, a economia teve expansão de 0,7%, sem mudanças. Em 2010 como um todo, o IBGE confirmou a expansão de 7,5% para o PIB.
De julho a setembro de 2010, em comparação com o terceiro trimestre de 2009, a economia brasileria saiu de um avanço de 6,7% para 6,9%. Nos três meses finais do ano passado, perante mesmo intervalo do calendário anterior, o PIB registrou ampliação de 5,3%, em vez de 5%.
Nos 12 meses encerrados no terceiro trimestre de 2010, PIB avançou 7,6%, pouco mais do que os 7,5% informados originalmente.
No acumulado em 2010, até setembro, PIB cresceu 8,3%, e não 8,4%.
Análise: PIB de 2011 não deve passar de 3%
Por Claudia Safatle Valor
BRASILIA - Com crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, a reduçao da expansão do primeiro e segundo trimestres e a expectativa do governo de encerrar o último trimestre do ano com uma expansão de 0,5%, o crescimento econômico deste ano nao passara de 3%. A queda, se confirmada essa performance, será forte comparada com 2010. Mas, confrontada com a dramática crise na zona do euro e com o baixo crescimento da economia americana, não terá sido um resultado muito ruim
O grande desafio, agora, é 2012. A presidente Dilma Rousseff não quer que seus dois primeiros anos de mandato sejam de crescimento modesto. Este ano já se sabia que o nível de atividade teria que cair para um patamar abaixo do PIB potencial ( estimado entre 4,5% e 5%) para conter o processo de aceleração da inflação que começou no segundo semestre de 2010. Nesse sentido, foram adotadas as medidas macroprudenciais no fim do ano passado e o aumento da taxa de juros até julho deste ano.
A combinação do aperto no crédito ao consumo, decorrente das ações macroprudenciais, com a elevação do custo do dinheiro revelou-se mais potente do que imaginava o próprio governo. A atividade caiu. A inflação, que chegou à casa dos 7% em outubro, começou a cair. O IPCA será beneficiado até abril pelo efeito estatístico – saem os índices elevados de outubro a abril passados e entram variações mais moderadas agora.
Não se sabe ao certo, porém, se a taxa de inflação este ano ficará no teto da meta de 6,5% ou se ultrapassará esse patamar. Essa é uma informação que faz diferença para o Banco Central. Se o IPCA superar o teto da meta , o BC terá que escrever uma carta aberta ao Ministro da Fazenda explicando porque isso ocorreu e o que fará para reverter esse processo, dado que o compromisso do governo e a missão da autoridade monetária é de levar a inflação para o centro da meta de 4,5% no próximo ano.
O Ministério da Fazenda, por sua vez, está empenhado em retomar a trajetória de crescimento em 2012. Espera que, no mínimo, a expansão do PIB chegue a 4% . Mas gostaria mesmo é que atingisse 5%. Em uma primeira avaliação, os técnicos da Fazenda acreditam que o aumento do salário mínimo e a queda dos juros já serão fatores suficientes para garantir uma performance em 2012 melhor do que a deste ano.
A retomada da atividade no ano que vem, no entanto, nao contará com a ajuda deste ano ("carry over"). De 2010 para 2011 o carrregamento representou uma contribuiçao de 1,6%.
Análise: Queda generalizada na demanda complica retomada do PIB
Por Denise Neumann Valor
SÃO PAULO - A surpresa do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre está na queda de 0,1% no consumo das famílias. Embora negativo, esse dado dá suporte às recentes decisões de corte de juros tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e abre espaço para mais ações de política monetária.
O dado indica que a desaceleração em curso na economia brasileira já havia, sim, atingido a demada, movimento que não ficava claro em outras pesquisas de consumo, como a própria Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), também feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).O resultado põe por terra, assim, a premissa de que havia uma queda na oferta com resistência da demanda.
O dado negativo do consumo das famílias e também do governo (cujo resultado foi um recuo de 0,7% no terceiro trimestre sobre o segundo, com ajuste) torna menos grave a desaceleração no ritmo do investimento, que também caiu 0,2%, na mesma comparação. No ano, o investimento continua liderando a expansão do PIB. Além disso, como se sabe que as estatais investiram menos que o previsto e também que a execução do Programa de Aceleração do Cresicmento (PAC) está fraca, baixo do previsto, pode-se ressupor que o próprio governo ajudou a contrair o investimento no terceiro trimestre. E ele pode reverter esse movimento.
Outra ironia do dado do terceiro trimestre: foram as exportações, provavelmente de commodities agrícolas, que "salvaram" o PIB de uma queda no período. As exportações, com alta de 1,8%, e a agropecuária, com alta de 3,2%, foram os únicos dados positivos nos principais setores do PIB, pela demanda e peloa oferta, respectivamente.
O resultado do PIB do terceiro trimestre, ao compor um quadro de queda mais homogênea na demanda, coloca para o governo um trabalho mais árduo para 2012 se quiser que a economia volte a acelerar seu ritmo de crescimento. Quando a queda na demanda é mais localizada, é mais fácil corrigí-la com medidas pontuais. Uma retração generalizada, por outro lado, exige uma ação mais uniforme, o que pode abrir espaço para cortes mais expressivos na taxa básica de juros.
A homogeneidade vista na demanda foi menos clara na oferta. A indústria de transformação recuou (como era esperado) 1,4% no terceiro trimestre sobre o segundo, puxando a queda de 0,9% na indústria total. Serviços - até então o grande motor da economia - também desacelerou forte, com queda de 0,3%. A última vez que esse segmento recuou na comparação contra o trimestre imediatamente anterior foi na forte contração do último trimestre de 2008, logo após a queda do banco Lehman Brothers, que detonou o início da crise financeira mundial. Esse sim é um sinal contundente de que de A a Z, a economia entrou em compasso de espera e será mais difícil devolver a ela o dinamismo necessário para que ela se aproxime de 4%, pelo menos, em 2012.
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