quinta-feira, 1 de março de 2012
Queda no crescimento da Índia traz receios
Por James Lamont
Financial Times, de Nova Déli
A queda acentuada no crescimento da economia da Índia, para 6,1% no trimestre encerrado em dezembro, o menor em três anos, traz receios de que possa haver um declínio prolongado, a menos que medidas emergenciais sejam adotadas neste mês.
O declínio na expansão da indústria e no setor de mineração acelerou a transição da terceira maior economia asiática para uma fase de crescimento menor. A forte queda dos investimentos vem alimentando expectativas de que o banco central indiano (RBI, na sigla em inglês) reduza os juros.
O diretor-geral da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia, Rajiv Kumar, disse que os dados "sóbrios" do Produto Interno Bruto (PIB) inviabilizam a meta de crescer 6,9% no atual ano fiscal e colocam em dúvida uma recuperação no ano que vem.
Muitos economistas avaliam que a própria Índia criou seus atuais problemas. Eles atribuem as dificuldades ao prejudicial declínio nos investimentos decorrente das altas taxas de juros; a um governo paralisado; e ao excesso de confiança no consumo alimentado por programas sociais.
O investimento empresarial caiu para 14% do PIB, dos 18% registrados nos cinco anos até 2008. As exportações caíram de 23% no ano passado para 14% este ano. A captação de empréstimos pelo governo no mercado, baixada para 3% quatro anos atrás, está agora em torno de 6% do PIB.
Dados divulgados ontem mostram que o crescimento econômico anualizado caiu para 6,1%, de 6,9% no trimestre anterior, pressionado por dois anos de aperto monetário gradual, de uma fuga do capital estrangeiro e de uma moeda local enfraquecida.
Sonal Varma, economista em Mumbai do banco Nomura, disse que a desaceleração na Índia é "indiscutivelmente evidente. O que surpreende é que o declínio dos investimentos e da produção é pior do que durante a crise financeira mundial em 2008".
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