terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A guerra não é fruto da "natureza do ser humano" e sim da necessidade de lucro do sistema econômico

Por Werter de Macêdo


O ponto é que as guerras no passado tinham uma justificativa:

o excedente econômico era muito menor, digo, as condições objetivas de sobrevivência da espécie humana eram muito mais extremas. Não há termos de comparação entre os estágios de desenvolvimento da técnica no Neolítico e no capitalismo.

A guerra sob o capitalismo é muito mais amoral porque ela se dá em condições de relativa abundância material. Temos todas as condições de acabar com a fome na África, mas preferimos açular os ódios tribais para vender armas aos dois lados em conflito.

É assim que age o seu império bonzinho.

É assim porque o lucro é o principal móvel das ações humanas sob o capitalismo.

Do mesmo modo é a crise econômica sob o capitalismo? Qual a razão da crise? Existem restrições técnicas ao aumento da produção? Houve alguma catástrofe natural na Europa? Existe restrição de oferta de engenheiro, de agrônomos, físicos, matemáticos, administradores, economistas? Existem restrições de máquinas, equipamentos, de conhecimento tecnológico?

A resposta é não, mas por que a crise? É claro que é possível se aumentar a produção.

O que não é possível é se aumentar a produção com aumento na taxa de lucro e da acumulação.

É por essa razão que o sistema emperra e os donos dos capitais resolvem parar as máquinas e o crédito.

O que frustra é ver que o capitalismo não foi capaz de abolir as guerras e seus ideólogos responsabilizam o ser humano pela reiteração das guerras.

Seriam as guerras um produto da natureza humana?

E quando observamos hoje a retórica agressiva da Otan e do departamento de Estado americano chegamos à conclusão de que a paz é uma miragem distante.

Nunca os gastos com a despesa militar foram tão elevados. E isso para enfrentar quem? Cuba? Coréia do Norte?

Quando existia a União Soviética ainda fazia algum sentido.

Nenhum império se arma para defender valores. Eles se armam para promover o saque.



Werter de Macêdo é analista do BC

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