sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Seminário Internacional “Remesas y Remesas”


Teve lugar em 28 e 29 de novembro último na cidade de Salvador o Seminário Internacional “Remesas y Remesas” organizado pelo Centro de Estudios Monetarios Latinoamericanos (CEMLA), Banco Central do Brasil e FONIM (BID).

O objetivo, como divulgado no site da CEMLA foi “Promover el intercambio de experiencias y conocimientos relacionados con la migración y los flujos de remesas, y analizar la metodología y técnicas de medición de estos flujos y los marcos regulatorios del mercado de transferencias internacionales de fondos, incluyendo los desarrollos más recientes y el control de las operaciones de las instituciones que participan en este mercado.”

Vários países do continente americano e Caribe marcaram presença no evento, com destaque para o México, Costa Rica, Equador e Bolívia. Também contou com a participação especial de representante do Banco Central da Rússia.

Dentre os momentos mais interessantes, destacam-se a divulgação dos números de fluxo de imigrantes entre as fronteiras do México e EUA, o número de mexicanos existente no estado da California que supera a população do DF do México e a quantidade de indocumentados e as consequências sobre a remuneração. Os valores de remessa, também impressionantes, comparados com o saldo comercial no negócio com o petróleo. Tudo competentemente exposto na apresentação do Sr. Jesús Cervantes (CEMLA) que aproveitou a oportunidade para enviar uma mensagem de cunho político em favor da legalização dos mexicanos em terras estadunidenses. Questionado, no entanto, sobre o conflito de interesses e se não haveria pressões no âmbito diplomático, exercidas pelos EUA sobre o México para conter o fluxo migratório sul-norte, como se verifica no Panamá, ele respondeu – bom, até há bem pouco tempo o México não exigia visto de brasileiros...

A medida que se sucediam as apresentações individuais dos países e se expunham dados coletados pelas empresas de remessas, também representadas no evento, ficava cada vez mais claro que o Brasil, diante de suas peculiaridades cambiais é carta fora do baralho neste leque de comparações, já que não permite a atuação dessas entidades financeiras (West Union, Moneygram) senão quando associadas a um banco.

E banco e agência bancária são coisas distintas. Poucas agências operam nos mercado cambial dentre os bancos que atuam, tornando reduzidíssimo os postos de remessa em solo brasileiro, e praticamente inexistentes lá fora.

Nem mesmo no simples cambio, o Brasil se safa. O fato chegou a gerar situações risíveis quando não constrangedoras, como foi a da Lydia Troshina do Banco da Russia que teve que apelar para um taxista para cambiar alguns dólares no final de semana.

Em sua apresentação sobre a regulação do mercado de remessas no Brasil, Geraldo Magela do Banco Central mostrou os enormes avanços nacionais na área mas considerando os eventos esportivos que o Brasil sediará em tempo próximo, todos fomos obrigados a encarar a realidade do tanto que ainda resta a ser feito.



A realidade constatada, no entanto, não suprimiu brilho ao evento. Ao contrário, a organização foi primorosa,a ousadia de trazer teleconferência via Skype foi coroada de sucesso, mérito que devemos creditar aos organizadores Fernando Lemos (Bacen) e René Maldonado (CEMLA).

Ronaldo Pignataro

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