quarta-feira, 10 de julho de 2013

Produção de petróleo em maio desceu 2,7% em relação ao ano passado

 

Fonte: ANP/Assessoria de Imprensa - (21) 2112-8333 - imprensa@anp.gov.br

03/07/2013
A produção de petróleo no Brasil em maio de 2013 foi de aproximadamente 1,993 milhões de barris por dia (bbl/d) em maio, o que representa aumento de em torno de 3,7% em comparação ao mês anterior e redução na faixa de 2,7% em relação ao mesmo mês em 2012. Foram produzidos em torno de 74,9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (MMm³/d), um crescimento de aproximadamente 9,4% frente ao mesmo mês em 2012 e de 0,2% em relação a abril de 2013.
Queima de gás
Houve redução na queima de gás, que foi de aproximadamente 3,2 milhões de m³/d, queda de em torno de 11,3% se comparada ao mesmo mês de 2012 e de 18,1% frente a abril de 2013. Este é o segundo menor nível de queima de gás natural desde junho de 2000. Neste período, somente no mês de abril de 2011 foi registrada uma queima menor, quando foi queimado um volume de aproximadamente 2,9 milhões de m³/d. Todo gás natural queimado foi oriundo de contratos de concessões na fase de produção. O aproveitamento de gás natural no mês foi de 95,7%.
Pré-sal
A produção do pré-sal em maio foi de 272,6 mil bbl/d de petróleo e 8,9 milhões de m³/d de gás natural, totalizando 328,8 mil boe/d, uma redução de 8,1% em relação ao mês anterior. A principal justificava para a redução na produção do pré-sal foi a parada programada para manutenção da plataforma FPSO Cidade de Angra dos Reis, unidade produtora do campo de Lula, onde todos os poços são produtores do pré-sal.
Campos produtores
O campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, foi o maior produtor de petróleo e o segundo maior produtor de gás natural, com um volume total médio de 336,2 mil barris de óleo equivalente por dia (Mboe/d). O campo de Manati, na Bacia de Camamu, foi o maior produtor de gás natural com uma produção média de 6,4 milhões de m³/d.
Em torno de 92,3% da produção de petróleo e gás natural foram provenientes de campos operados pela Petrobras. Aproximadamente 91,2% da produção de petróleo e 72,3% da produção de gás natural do Brasil foram explotados de campos marítimos. A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi oriunda de 9.112 poços, sendo 793 marítimos e 8.319 terrestres. O campo com o maior número de poços produtores foi Carmópolis, Bacia de Sergipe, com 1.116 poços.
A plataforma P-56, localizada no campo de Marlim Sul foi a unidade com maior produção, aproximadamente 145,5 mil boe/d através de oito poços a ela interligados. O grau API médio do petróleo produzido no mês foi de aproximadamente 24,1°, sendo que 8,9% da produção são considerados óleo leve (>=31°API), 61,1%, óleo médio (>=22°API e <31 09="" 30="" a="" acordo="" anp="" classifica="" com="" da="" de="" e="" leo="" n="" o="" p="" pesado="" portaria="">

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Oil prices flirt with 2013 peak

 
 
NEW YORK (CNNMoney)

Oil prices touched a 2013 high Friday, driven by anxiety over a military coup in Egypt.


U.S. oil futures for the August contract rose as high as $102.44 a barrel, above Wednesday's intraday peak of $102.18, which was the highest level in more than a year. The price eased in later trading to $101.77, up 53 cents from Wednesday's settlement price of $101.24.


The Egyptian army seized control of the government Wednesday amid violent protests, deposing the country's first democratically elected president, Mohamed Morsy of the Muslim Brotherhood. On Friday, the African Union announced that it was suspending Egypt.

Egypt produces a negligible amount of oil. But the Suez Canal, which passes through the north African nation, is a major thoroughfare for oil shipping that links the Mediterranean Sea with the Red Sea and the Persian Gulf.

"I think most folks don't believe that violence in Egypt is going to cause a shutdown of the Suez Canal," said Tom Kloza, chief oil analyst for Gasbuddy.com. "But when you have a coup, no one wants to be short oil."

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Oil was on the rise, even before the Egyptian coup. Oil prices have climbed more than 8% in the last month, driven by economic growth.

Brent crude, the benchmark for oil prices in Europe, rose 57 cents, or 0.6%, to $106.33 a barrel.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Baderna chega na economia

 

Dificuldades nas estradas continuam

Apesar de decisões judiciais terem liberado a circulação de veículos nas estradas de alguns Estados ontem, empresas continuaram a dar relatos de prejuízos e dificuldades na operação logística decorrente das manifestações.
"Temos reclamações de clientes que não recebem nossos produtos", disse ontem Sérgio Macedo, vice-presidente industrial da Vilma Alimentos, tradicional fabricante de farinha e massas de macarrão de Minas Gerais. A companhia, segundo ele, enfrenta dois problemas: motoristas que não conseguiram voltar das estradas para recarregar e os que partiram para fazer as entregas e que estão parados. "Não tem solução, temos só que esperar".
Macedo disse também que os bloqueios já causaram um impacto de mais de R$ 1 milhão à Vilma Alimentos em dois dias. O faturamento diário que em geral é de R$ 2,2 milhões ficou em R$ 1,4 milhão na segunda-feira e R$ 1,7 milhão na terça.
A fabricante de pão de queijo Forno de Minas estuda readequar as rotas de entrega caso os protestos nas rodovias continuem, diz José Gorgulho, gerente de logística da companhia. A sede fica em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e a massa, fresca e congelada, sai de lá para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro - trechos que estão entre os que mais enfrentam paralisações de caminhoneiros.
A Usiminas também foi atingida pelos protestos. Por meio de nota, informou que "o escoamento de produtos sofreu impactos em função das paralisações de caminhoneiros ocorridas nos últimos dias, com atrasos nas entregas finais". "A empresa busca soluções para atender às necessidades dos clientes", diz o texto.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) não havia calculado até ontem os impactos dos protestos na produção e distribuição de produtos e insumos pelas estradas no Estado. Mas apontou que os principais afetados têm sido a indústria alimentícia, a distribuição de combustível, siderúrgicas e a revenda de eletroeletrônicos, que em geral tem estoques reduzidos nas lojas.
A Paranapanema, fabricante de produtos de cobre, também não passou imune. Segundo o presidente da companhia, Edson Monteiro, como a Paranapanema sempre tem cargas para entregar em diversos locais, está sujeita, assim como outras empresas, a ter parte de suas entregas afetadas por bloqueios de estradas. A companhia tem unidades de produção industrial em Dias D'Ávila (BA) e em Santo André (SP) e clientes em diversas regiões do país.
A Receita Federal chegou a ampliar em duas horas o período de atendimento no porto seco de Uruguaiana (RS), na fronteira entre o Brasil e a Argentina, para normalizar o fluxo de caminhões entre os dois países. Quase 300 caminhões estavam parados no fim da tarde de ontem no pátio e nas vias de acesso ao porto seco, que recebe em média 500 veículos por dia.



S&P reitera preocupação fiscal com Brasil

Por Aline Oyamada e Daniela Machado | De São Paulo
 
A agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou ontem que a fraqueza dos investimentos têm sido "a grande decepção" no Brasil e que monitorará com cautela a política fiscal do país. A S&P afirmou também que as recentes manifestações populares criam pressões fiscais e incutem um "senso de urgência" ao governo.
Em conferência sobre o país, o diretor de ratings soberanos da S&P, Sebastian Briozzo, afirmou que a estratégia do governo para incentivar o investimento privado no país não está sendo bem sucedida. Segundo ele, a taxa de investimentos em relação ao PIB do Brasil é menor que a de outros emergentes. O diretor reiterou que reformas estruturais, como a da previdência e a tributária, poderiam ajudar nesse aspecto.
Há cerca de um mês, a S&P revisou a perspectiva para a nota soberana do Brasil de estável para negativa, citando o investimento fraco e o crescimento menor que o esperado. O rating de longo prazo em moeda estrangeira do país está, atualmente, em "BBB".
As recentes manifestações populares, segundo Briozzo, devem incutir um senso de urgência ao governo. "Existe uma pressão social que pode levar a uma maior pressão fiscal. As demonstrações podem ter efeito, mas teremos que esperar para ver", afirmou Briozzo. Segundo ele, é cedo para dizer se essas manifestações forçarão o governo a gastar mais. A S&P, portanto, seguirá atenta às respostas do governo às pressões sociais. "Até agora, não acredito que as manifestações possam ser um fator determinante no nosso rating, mas certamente aumentam os desafios políticos para o governo".
Sobre as contas externas, Briozzo afirmou que apesar da deterioração recente, o atual déficit é totalmente gerenciável. A S&P projeta um superávit primário de 1,8% do PIB em 2013. A maior preocupação da agência é com o limitado espaço de manobra fiscal do Brasil, sobre o qual diz que o governo está ciente.
Já o sistema financeiro brasileiro não é foco de preocupação da agência de modo geral, pois os indicadores de solvência e liquidez são fortes. Ainda assim, a S&P deve acompanhar de perto o ritmo de evolução do crédito. "Tínhamos uma taxa de expansão [dos financiamentos] entre 25% e 30% nos grandes bancos e agora temos algo entre 10% e 15%. Essa é uma desaceleração significativa", comentou o diretor.
A expectativa da S&P é que o Banco Central (BC) aumente a Selic em 0,75 ponto percentual até o fim do ano. Briozzo afirmou, contudo, que "definitivamente não vamos voltar para as altas taxas de juros do passado".

Para Goldman, incerteza local afeta câmbio
 
O câmbio no Brasil está desancorado, e a piora nos fundamentos da economia doméstica é a principal razão para isso. Essa é a avaliação do diretor de pesquisas econômicas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, para quem o país corre risco de enfrentar um rebaixamento da nota de crédito em meio a uma variável até então não tão preocupante: o risco político.
Na avaliação de Ramos, o real já sofreria de qualquer forma, pois a perspectiva de redução de liquidez pelo banco central americano e a desaceleração econômica da China vêm pressionando todas as principais divisas emergentes e associadas aos preços das commodities. Mas a moeda brasileira vem sendo mais impactada pelas incertezas que persistem no plano doméstico, relacionadas sobretudo a inflação, crescimento e política fiscal.
Veja os principais trechos da entrevista concedida ao Valor.

Valor: O que tem chamado mais sua atenção na alta do dólar ante o real desde maio?

Alberto Ramos: O descolamento do câmbio reflete fatores domésticos e externos. Os externos são comuns a praticamente todos os mercados emergentes, tendo a ver com o reposicionamento da política monetária americana. Isso acabou tirando suporte das divisas emergentes. Mas não é só o fator Estados Unidos. A desaceleração da China é outro risco importante nesse cenário, o que sugere que o superciclo das commodities parece estar chegando ao fim. Tudo isso tira o vento de cauda favorável aos mercados emergentes. Mas não há nada de errado com isso. Em níveis mais depreciados, essas moedas devem ajudar na realidade macro local, se ajustando ao entorno externo menos amigável. Mas, no Brasil, há claramente fatores domésticos pesando no câmbio. Apesar da intervenção agressiva do BC, o câmbio continua sem âncora, porque estamos num ambiente macroeconômico doméstico ruim. Mesmo a R$ 2,20, o câmbio ainda está desalinhado dos fundamentos, e isso gera mais perda de competitividade.

Valor: O câmbio deve se depreciar mais nos próximos 12 meses?

Ramos: A tendência é que sim, até porque, mesmo com os fundamentos mais fracos, o Brasil ainda é um país caro e precisa de um câmbio mais competitivo. E essa alta nominal do dólar precisa ser acompanhada pela queda do câmbio real. Mesmo se não houvesse todo esse ruído macro e político, o câmbio teria que se mover simplesmente para compensar a inflação alta. Isso mostra a urgência de se conseguir um câmbio menos apreciado.

Valor: A questão política passou a preocupar?

Ramos: Esse é um elemento de incerteza que não estava no radar. Eu diria que um fator que diferenciava o Brasil de outros mercados emergentes era a estabilidade política. Ninguém falava sobre isso em conversas, não era tema. Eu acho que ainda é um fato que diferencia. O que está acontecendo no Brasil não tem comparação com o que ocorre na Turquia ou Egito, por exemplo. Mas, de qualquer forma, é mais um elemento de incerteza nessa equação já difícil. O que precisa se monitorar agora é qual vai ser a resposta do governo a essas demandas da sociedade. Vai ser uma resposta de populismo fiscal fácil ou vai ser uma que privilegie a disciplina fiscal? Se for populista, o governo não estará entregando absolutamente nada de positivo, apenas um déficit maior que seria cobrado mais tarde com mais imposto e inflação.

Valor: O Brasil pode ter problemas de financiamento diante da perspectiva de redução de liquidez pelo Federal Reserve?

Ramos: A possível diminuição da liquidez pelo Federal Reserve tende a aumentar os custos de financiamentos das empresas e é claro que isso impõe um desafio extra ao Brasil. O país precisa cobrir um déficit de US$ 75 bilhões neste ano e mais US$ 75 bilhões em amortizações estão por vir. Ou seja, são US$ 150 bilhões em necessidade de financiamento. Acho que o Brasil vai continuar tendo acesso a esses financiamentos, mas eles vão ficar mais caros, mais seletivos. Por isso o país precisa adotar uma política macroeconômica mais clara ao estrangeiro e garantir esses recursos.

Valor: O Brasil pode ter sua nota de crédito rebaixada?

Ramos: Se o crescimento não melhorar, a inflação continuar elevada e houver ainda mais expansionismo fiscal, as chances de um "downgrade" pelas agências de risco são reais. O país já está em perspectiva negativa pela S&P. O risco não é desprezível.

Valor: Estamos piores em relação a nossos pares?

Ramos: Sim, porque os fundamentos domésticos estão mais fracos e deixam o país mais vulnerável às turbulências externas. A queda mais forte dos ativos brasileiros, sobretudo do real e das ações, é um claro reflexo disso.


 
 

Dólar bate nova máxima em três anos, cotado a R$ 2,269

 

Por José de Castro, Silvia Rosa e Antonio Perez | De São Paulo - Valor 04/07

A pressão no câmbio não deu trégua na quarta-feira, e o dólar renovou a máxima de fechamento ante o real em mais de três anos. Novamente, a demanda de estrangeiros no mercado futuro e saídas de recursos pela conta financeira, em meio a nova queda do Ibovespa, pesaram sobre o real e impuseram à moeda brasileira um desempenho pior que o de seus pares internacionais.
A preocupação com o fluxo cambial ao país, que tem se mostrado cadente, levou o governo a adotar mais uma medida de estímulo à entrada de capital. Após o fechamento dos mercados, o BC informou que permitirá que as empresas recebam pré-pagamento à exportação com prazo superior a cinco anos. Em dezembro passado, mês em que o fluxo cambial foi negativo em quase US$ 6,8 bilhões, o BC havia elevado de um para cinco anos o prazo máximo para a contratação desse instrumento, conhecido como PA.
No fechamento, o dólar subiu 0,84%, a R$ 2,269, maior patamar desde 1º de abril de 2009, quando encerrou em R$ 2,28.


Para o diretor de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, a medida reflete a preocupação do governo com a deterioração nas perspectivas para o fluxo, mas não altera significativamente o cenário adiante.
"Acho que o BC está no caminho certo, tirando essas amarras à entrada de capital. Mas o problema é que essas medidas têm vindo muito tarde, quando o problema já está instalado", diz, prevendo que o dólar deve sofrer um alívio apenas "pontual" nos negócios de hoje.
"O BC evitou intervir no mercado hoje [ontem], mesmo com o dólar claramente descolando do movimento lá de fora. Amanhã [hoje], se a pressão no câmbio continuar, ele vai ter que intervir. Caso contrário, o mercado pode fazer queda de braço e puxar esse câmbio para perto de R$ 2,30", diz.
Recentemente, o governo zerou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incidia sobre aplicações de estrangeiros em renda fixa. Zerou também o IOF sobre aumento de posições vendidas em derivativos cambiais e isentou os bancos de recolher ao BC compulsório sobre o que excedesse posição vendida em dólar à vista a partir de US$ 3 bilhões. O governo ainda cobra IOF sobre captações externas com prazo menor que um ano.
Os números divulgados pelo BC ontem reforçaram a fragilidade do cenário para as entradas de capital. Após um mês de maio mais robusto, as saídas de dólares superaram as entradas em US$ 2,636 bilhões em junho. É o pior saldo para um mês desde dezembro passado (-US$ 6,755 bilhões) e o mais fraco para meses de junho desde 2010, quando houve déficit de US$ 4,279 bilhões.
Principal suporte do fluxo em maio, o câmbio contratado para operações comerciais foi o vilão de junho, ficando negativo em US$ 1,865 bilhão - o pior para um mês desde janeiro passado (-US$ 4,755 bilhões) e o maior déficit para meses de junho desde o início da série histórica do BC (1982). Do lado das operações financeiras, o déficit em junho (-US$ 771 milhões) foi menor que o de maio (-US$ 3,343 bilhões). Mas fica clara a piora quando o desempenho dessa conta é comparado com um ano antes, quando o fluxo financeiro ficou positivo em US$ 1,280 bilhão.
No mercado de juros futuros, o pregão foi de volume reduzido e de oscilações modestas nas taxas de DI. Os contratos mais curtos embutem a perspectiva amplamente majoritária de alta de 0,50 ponto da taxa básica na próxima semana, para 8,50%. Saiu de cena a aposta de taxa básica em dois dígitos este ano. O DI de janeiro de 2014 fechou com taxa de 8,84% (mesma de terça-feira), indicando a probabilidade de elevação da Selic até 9,50%. Com a atividade deprimida e a perspectiva de que o PIB feche o ano com alta de cerca de 2%, o mercado de juros futuros passou a desconsiderar um aperto monetário mais forte, mesmo com o BC trabalhando sem a ajuda de um ajuste fiscal crível. Mais líquido do dia, com cerca de 238 mil contratos negociados, o DI de janeiro de 2015 fechou a 9,64%, leve queda.



quarta-feira, 3 de julho de 2013

How Brazil can win back investors



Investors will be waiting on the sidelines until they see that Brasilia is making a true and concerted effort to stamp out corruption and govern in a way fitting for the world's seventh-largest economy.



FORTUNE -- The massive protests in Brazil may have subsided, but the unrest is far from over, as evidenced by the tear gas earlier this week outside the Brazil-Spain soccer game in Rio. The turmoil threatens to exacerbate an already tense situation for the nation's shaky financial markets. The protests, which erupted last month in response to a hike in bus fares, is undermining the Brazilian government's attempt to alleviate a potentially disastrous flight of foreign capital as investors cycle out of emerging markets.

If the government doesn't move to address the grievances of its restless and frustrated population quickly and prove to the investment community that it is still committed to responsible government spending, then the country could be setting itself up for a severe economic downturn.

Brazilians rarely like to rock the boat. They have lived through dictatorships, corrupt governments and wild economic swings without much popular dissent. Indeed, this was, after all, the last western nation to ban slavery -- and it didn't come about because of a mass popular uprising, it just happened because it was time.

But Brazil has changed dramatically in the last few years. Brazilians, now numbering nearly 200 million, are richer and more educated than at any time in the nation's short history. An amazing 20% of the population, around 40 million people, have been lifted out of poverty in the past decade. At the same time, enrollment in higher education has doubled and the nation's literacy rates among youths now tops 97%.

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These are all good things for investors to hear. A richer and more educated population usually leads to a healthy uptick in spending within the country on a variety of services and assets. This creates an upward spiral in economic growth where investors are able to reap healthy returns across a variety of markets.

As such, with an abundance of exploitable natural resources and a growing service sector, Brazil was the favorite emerging market for many investors, especially those concentrated in fixed income. Investors were able to park their cash with ease and reap returns that well exceeded whatever they could get back in Europe or even in the United States.

Furthermore, as a legitimate democracy with a somewhat competent legal system, Brazil also offered investors security from political risk, a rarity among emerging market economies. Brazil was so popular that foreign direct investment had held steady at around $65 billion from 2011 to 2012 even though economic growth in the country had stalled. The hope was that Brazil would bounce back.

But instead of things picking up, Brazil's economy just seems to be getting worse. Credit rating agencies Moody's and S&P both downgraded Brazilian debt last month after the government said it was expecting a further slowdown in economic growth. Traders in Brazilian government debt tell Fortune that this is causing a major outflow of capital from Brazil's fixed income markets. As such, dollar-denominated Brazilian bonds are down nearly 8% in the second quarter of this year, the largest such decrease for a single quarter since 2002, according to an analysis by Bloomberg.

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There are a few things going on here. First, there has been a mass sell-off in emerging market debt by investors from Wall Street to London in the last two months. What started out as a trickle of selling has since turned into a stampede for the exits -- with debt markets across the emerging market space taking a pounding, especially Brazil. Secondly, the rout was exacerbated by the US Federal Reserve, which signaled last month that it may be willing to raise interest rates in the not-so-distant future. The promise of higher rates, and, thus, potentially higher returns on U.S. investments, managed to lure investors away from the emerging markets and back to the U.S.

Brazil's finance ministry has quickly sprung into action to prevent the hemorrhaging of foreign capital from the nation's debt and equity markets. It first eliminated a 6% tax foreigners had to pay to invest in Brazilian local bonds. The tax, put in place by the government in 2010 to supposedly prevent wild swings in the Brazilian currency, now levels the playing field and should draw in new investors. In addition, the government recently cut a 1% tax on currency derivatives in an attempt to boost the value of the Brazilian Real.

Normally, such actions would have been enough to at least stabilize the sell-off. Investors who had hesitated to enter the Brazilian markets due to the "foreigners tax" would have jumped in the second they heard the news that the tax was history. But the tax changes haven't been enough this time around to lure back investors. That's because of what's going on in the streets of Brazil's largest cities -- protests and riots.

Fund managers who had stuck by Brazil during the recent market rout will now find it even harder to do so with millions of Brazilians on the street, shutting down ports, creating traffic jams, and scaring the government. What turned out to be outrage at the government for raising transit fares (which had since been reversed) has now become a protest for everything by everyone with no clear leader or agenda. Among the dozens of causes that people are protesting include: transportation costs; Native Indian rights; government spending on the 2014 World Cup and the 2016 Summer Olympics; corruption in state and local governments; and a bill in the Brazilian congress that would authorize psychologists to try and "cure" homosexuals.

So far the government, led by President Dilma Rousseff, has failed miserably to contain the protests, many of which have become violent and chaotic. For example, over the weekend, hooded protesters armed with screwdrivers and slingshots set fires and attacked police outside the Confederations Cup soccer game in Rio de Janeiro. It was a terrible embarrassment for the government.

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So what is the government to do here? With so many different causes and no real leadership, it seems impossible to get control of the situation. But while there are many different causes, they all share a common root -- corruption and mismanagement in Brasilia. Brazil's new middle class is simply fed up with Brazil's shoddy infrastructure, terrible medical system, super high taxes and shoddy education. The government purse continues to expand thanks to the economic boom, but it has failed to reinvest that money in a productive way. Indeed, the 40 million people who pulled themselves out of poverty did so because of a surge in commodity prices that helped fuel a boom in the service sector. The government did little, if anything, to encourage the development of the boom and kept income taxes at around 40%, by far the highest such tax rate for an emerging market economy.

It is clear that the Brazilian government needs major reform. For starters, the President could send a gesture of goodwill to the protestors by reshuffling her cabinet and firing ministers who have failed to perform. She can also create an action plan that addresses all the causes and sets forth ideas on how to address the problems. She should also explain to the Brazilian people that the protests, while understandably valid to some degree, could be setting the country up to take a big economic hit. Bond traders from Lisbon to Sao Paulo tell Fortune that they are afraid of jumping back into the Brazilian debt markets because of the uncertainty surrounding the protests. Foreign direct investment last year in Brazil was around $65 billion, but is set to take a big dive in the weeks to come.

The protests in Brazil aren't going away without some proactive steps taken by the government to show that it "gets it." So far, the Brazilian government's usual plan of action, to do nothing and wait things out, isn't working. The government needs to see the protests as part of a larger social revolution and should get to the roots of the problem. Investors will be waiting on the sidelines until they see that Brasilia is making a true and concerted effort to stamp out corruption and govern in a way fitting for the world's seventh-largest economy.

'Efeito X' e mau humor geral provocam baixa de 4,2% na bolsa de SP


Valor 03/07

A culpa não foi só de Eike Batista, mas as empresas "X" tiveram papel relevante no estrago sofrido pela bolsa ontem, que teve baixa de 4,24%, a maior desde 22 de setembro de 2011. Participantes do mercado apontaram um conjunto de fatores para a onda vendedora que atingiu quase todas as ações - só 2 das 71 do Índice Bovespa tiveram alta.
Vendas pesadas de investidores estrangeiros e a disparada das ordens automáticas para limitar as perdas ampliaram a baixa. Do lado macroeconômico, o mercado digeriu mal o dado de produção industrial, que mostrou queda de 2% em maio. O risco político também foi levado em conta, por causa da agitação provocada pela proposta de plebiscito para reforma constitucional sugerida pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso. Além disso, os diversos protestos e as cenas de vandalismo que acontecem pelo país prejudicam a imagem do Brasil perante o investidor estrangeiro.
No ambiente corporativo, porém, o tema preferido é a crise das empresas "X" e suas possíveis consequências, especialmente sobre os bancos credores de Eike. Quase todos os bancos de investimento revisaram drasticamente para baixo suas projeções para as companhias do grupo, especialmente a OGX. O novo "teto" para a ação foi fixado em R$ 0,10 pelo BofA e pelo Deutsche.



 

Esquizofrenia hiperativa

 

Por Antonio Delfim Netto - Valor 02/07
 
A "voz das ruas" está lembrando aos governos do mundo as prioridades que eles esqueceram. No Brasil, que vive um processo civilizatório de profundidade e rapidez sem precedentes, a insatisfação se relaciona com a péssima qualidade dos serviços de transportes urbanos, o atendimento precário à saúde e o ensino público de má qualidade. E exige o fim da corrupção, seja lá o que isso for.

Em São Paulo, o problema da mobilidade urbana assumiu a condição de tragédia urbana. Há três anos, uma pesquisa mostrou a situação pré-incendiária na maior metrópole brasileira: mais de um milhão de paulistanos se obrigava, diariamente, a ir e voltar de casa para o trabalho caminhando, duas, três e até quatro horas. A maior parte por não poder pagar o preço das passagens, e também porque, mesmo pagando, o tempo gasto não seria muito diferente. É razoável admitir, como condição "normal" de vida, a cidadã ou cidadão gastar um terço do dia apenas para chegar ao local do trabalho e retornar à moradia geralmente à noite, muitas vezes de madrugada? Até quando tal ordem de coisas seria suportável?

O que os movimentos estão dizendo é apenas que há coisas mais importantes que os estádios esportivos: que os governos deveriam estar investindo ativamente em sistemas de transportes públicos para oferecer um mínimo de conforto à população que paga impostos. Para dar uma pequena quantificação desse descaso, basta lembrar que São Paulo tem menos que 75 quilômetros de metrô. Pois bem, um quilômetro de metrô custa em torno de R$ 200 milhões. Os provavelmente subestimados R$ 15 bilhões aplicados até agora em eventos esportivos significam 75 quilômetros de metrô, parte dos quais já poderia estar servindo à população.
O aumento da insatisfação pela má qualidade dos serviços públicos essenciais deveria ser vista com naturalidade, mesmo porque é menos um problema de recursos e mais atributo da má gestão do governo. O lamentável é que a "surpresa" produziu nos poderes Executivo e Legislativo uma resposta esquizofrênica hiperativa, com ilusionismos, aprovação apressada e inconsequente de subsídios, de gastos e de promessas de imaginárias receitas futuras, que todos sabem não caberão no PIB.

Provavelmente nunca poderão ser implementados, a não ser à custa da maior destruição fiscal, que levará - ao fim e ao cabo - ou a maior taxa de inflação e maior déficit em conta corrente (enquanto os credores tiverem paciência), ou, o que é pior, a alguma forma de restrição à liberdade individual com a qual já namoram alguns vizinhos latino-americanos.

O movimento das ruas é uma daquelas circunstâncias que levam a refletir sobre a natureza e o futuro da organização social em que vivemos. A história mostra: 1) que a utilização dos "mercados" para organizar a produção é resultado de um mecanismo evolutivo. Não foi inventado por alguém. Foi gerado por uma seleção quase natural entre os muitos sistemas que os homens foram experimentando, desde que saíram da África há 150 mil anos, para combinar relativa eficiência na conquista de sua subsistência material com aumento paulatino da liberdade para viver; 2) que deixado a si mesmo, ele amplia as desigualdades e tende a gerar flutuações cíclicas no nível de emprego; 3) que um Estado forte, constitucionalmente limitado e um poder incumbente escolhido pelo sufrágio universal, são fundamentais para civilizá-lo; e 4) que a crença na moralidade da intermediação financeira, essencial ao desenvolvimento produtivo, leva à submissão deste à primeira e, com tempo suficiente, ao controle do próprio Estado, como vimos em 1929 e 2008, o que exige forte regulação.

O mecanismo de seleção continua a trabalhar na direção de aumentar a liberdade do homem para viver a sua humanidade com a redução do trabalho necessário à sua subsistência material, e dar-lhe segurança através do aperfeiçoamento da organização social, que busca combinar três objetivos não plenamente conciliáveis: maior liberdade individual, maior igualdade de oportunidade e maior eficiência produtiva. É importante lembrar que esses três valores estão implícitos na Constituição de 1988. Ela reforçou as instituições para realizá-los.

A história sugere, também, que o método proposto pelo velho e ingênuo "socialismo fabiano", de aproximações sucessivas através da dialética interminável entre a "urna" e o "mercado", é, talvez, o único caminho assintótico para produzi-los. As alternativas propostas de sua substituição voluntarista por cérebros peregrinos lotaram de tragédias o século XX: mataram a liberdade sem aumentar a igualdade, ou melhorar a eficiência produtiva. A lógica é paciente, porque sabe que é inevitável.

A sociedade mundial está inserida numa profunda revolução apoiada em novas tecnologias e no aumento dramático da transmissão e acumulação de informações. Ela vai produzir ainda maior redução do trabalho material e imenso aumento da liberdade individual, no sentido da mesma seleção "quase" natural que nos levou até aqui.

No Brasil, as implicações desse novo passo civilizador precisam ser antecipadas por um dramático aumento da qualidade de nossa educação para elevar o espírito crítico dos eleitores. As exigências das ruas estão mostrando que esse é essencial para salvar a economia e, principalmente, a democracia...

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento.