segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Petrobras - produção estagnada
Fonte ANP
A produção de petróleo em junho foi de aproximadamente 2.033 Mbbl/dia, com redução de 4,9% na comparação com junho de 2011 e de 0,7% em relação a maio deste ano. O campo de Marlim Sul foi o de maior produção de petróleo e o segundo maior produtor de gás natural, com uma produção média de 331,Mboe/dia. O campo de Manati foi o maior produtor de gás natural, com produção média de 6,7 MMm3/dia.
Cerca de 94 % da produção de petróleo e gás natural são provenientes de campos operados pela Petrobras. Os campos marítimos responderam por aproximadamente 91% da produção de petróleo e 76,2% de gás natural. Dos 20 maiores campos produtores de petróleo e gás natural, dois são operados por empresas estrangeiras: Peregrino/Statoil (11º) e Ostra/Shell (15º).
Agência Estado
RIO/SÃO PAULO - A presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, afirmou que a menor produção de petróleo nacional levou à queda das exportações de petróleo no segundo trimestre, de 497 mil barris por dia para 554 mil barris por dia, na comparação com o trimestre anterior. O maior volume de óleo nacional processado no parque de refino também contribuiu para a menor exportação. Já o aumento do consumo doméstico, principalmente de diesel, levou à maior importação de derivados, que conduziu a um saldo da balança negativo em 170 mil barris por dia, contra 50 mil barris por dia no primeiro trimestre.
A produção da Petrobrás no campo de Cascade, a 250 km da costa do Estado norte-americano da Louisiana, deve alcançar 10 mil barris por dia (bpd) até o final do ano, revelou nesta segunda-feira a presidente da estatal Maria das Graças Foster, em teleconferência com analistas e investidores. A atividade no local, onde o início de produção ocorreu no primeiro trimestre deste ano, está em aproximadamente 2,8 mil barris por dia.
O salto virá da curva de maturação das atividades no primeiro poço e do começo das atividades em um segundo poço. A Petrobrás opera na região o FPSO (navio-plataforma) BW Pioneer, o primeiro equipamento do gênero em atividade em um campo de petróleo no Golfo do México norte-americano.
2012
Maria das Graças Foster disse que a meta de produção de petróleo da companhia para este ano está mantida em 2,1 milhões de barris diários de petróleo (bpd) no Brasil. A presidente da estatal afirmou que essa projeção considera uma variação de 2%, tanto para cima quanto para baixo.
A produção total de óleo e gás natural da Petrobrás somou 2.579 milhões de barris diários no segundo trimestre de 2012, uma retração de 1,07% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o indicador apresentou retração de 4%.
Valor - 06/08
No vermelho
O prejuízo de R$ 1,34 bilhão da Petrobras no segundo trimestre deste ano foi empurrado por despesas de R$ 2,73 bilhões decorrentes de poços secos, R$ 2,1 bilhões maiores que as contabilizados no trimestre anterior. Assim, somente no primeiro semestre foram registrados R$ 3,28 bilhões como custos exploratórios. Essas despesas não afetam o lucro bruto da empresa, mas têm impacto direto no resultado operacional, incluindo o lucro antes de impostos, depreciação e amortização (ebitda, na sigla em inglês).
O valor tão alto levou a companhia a ter seu primeiro prejuízo em 13 anos - desde a maxidesvalorização do real, no primeiro trimestre de 1999. Naquela ocasião a companhia registrou perda de R$ 3,57 bilhões em valores atualizados pela inflação. Antes disso o único prejuízo desse vulto, equivalente a R$ 3,93 bilhões ajustados, aconteceu no quarto trimestre de 1991, em meio a um período conturbado do governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992).
Em julho de 2009 o Valor mostrou que dos 28 poços perfurados pela estatal no pré-sal das bacias de Campos e Santos até então, 32% estavam secos ou poderiam ser classificados como produtores subcomerciais de petróleo ou gás segundo dados da Agência Nacional do Petróleo disponíveis na época.
Ao explicar a baixa de poços no segundo trimestre, a Petrobras não deu detalhes. Disse apenas que o aumento dos gastos nessa linha se explicam principalmente "pelas maiores baixas de poços secos ou subcomerciais, perfurados principalmente no período 2009-2012, a custos mais elevados, com destaque para áreas de novas fronteiras exploratórias".
Pela contabilidade, quando ela realiza exploração de poços as despesas entram como investimento, sem afetar o resultado do período. Mas no momento em que se verifica que o poço é seco ou subcomercial é preciso reconhecer aquele gasto como despesa, e aí sim ela afeta o lucro. Ao apresentar o resultado, Graça Foster identificou todos os ítens que prejudicaram o balanço, dizendo que a companhia está trabalhando para recuperar a rentabilidade.
Apesar de esperarem um péssimo resultado, nenhum analista previu um prejuízo da magnitude anunciada pela Petrobras. Os mais pessimistas esperavam um lucro de R$ 1,9 bilhão a R$ 2 bilhões, o que já seria um péssimo resultado comparado aos R$ 10,94 bilhões do mesmo período de 2011, ou com o lucro de R$ 9,21 bilhões entregues no primeiro trimestre deste ano.
"Estou anestesiado", brincou o analista de um grande banco na sexta-feira, logo depois da divulgação do resultado. Esse analista observou que nunca imaginou que a empresa apresentasse prejuízo em um trimestre em que o preço médio do petróleo "brent" no mercado internacional foi de US$ 108,47 por barril.
A impressão que ficou do primeiro balanço da gestão de Graça Foster na presidência da Petrobras é de que ela está "limpando o balanço" para, a partir daí, registrar resultados mais aderentes, o que no longo prazo é bom para a companhia.
Outro item que ajudou a afundar o resultado da estatal, já esperado, foi o prejuízo de R$ 7,03 bilhões da área de abastecimento e refino, onde são lançados os custos com importação de combustíveis vendidos no país mais barato que o preço de aquisição. Segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), no primeiro semestre de 2012 a Petrobras acumulou saldo líquido negativo de R$ 9,4 bilhões em função da diferença entre as despesas com a importação de gasolina e diesel e a receita obtida com as vendas no país.
Outra causa foi a variação cambial no período (o dólar se valorizou 11% em relação ao real), que trouxe impacto de R$ 7,17 bilhões sobre a dívida líquida em dólares. Mesmo assim, na avaliação de outro experiente analista o câmbio, sozinho, não seria capaz de fazer um estrago tão grande.
"O resultado é uma lástima. É o que dá quando não se pratica paridade de preços. O câmbio andou afetando o balanço mas os preços continuam aquém [do mercado internacional], o que impacta o resultado operacional. Uma coisa não compensa a outra", observou.
Como as perdas com importação devem cair por causa do aumento dos preços do diesel e da gasolina, e a variação cambial e as estrondosas despesas com poços secos não recorrentes, em tese esses itens não devem se repetir no terceiro trimestre.
"O reajuste nos preços da gasolina e do diesel ocorrido no final de junho ainda não teve muito efeito nos números, mas deve contribuir para minimizar os impactos causados pelos altos custos de derivados importados nos próximos resultados", observaram analistas do BB Investimentos.
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