Por Cristiano Romero - Valor 30/11
Há pelo menos dois canais de transmissão que, diante de um agravamento da crise financeira internacional, poderão afetar a economia brasileira com mais força: a reversão dos fluxos de capitais, com impacto negativo na oferta de crédito; e a piora dos termos de troca, isto é, da relação entre os preços das exportações e os das importações. Tendo sido um dos maiores beneficiários tanto da liquidez internacional quanto do comércio exterior nos anos recentes, o Brasil tende a ser fortemente afetado pela crise que se anuncia.
Se por um lado apresenta vulnerabilidades, por outro o Brasil tem amplo espaço para reagir. Dispõe de posição fiscal confortável; colchão de liquidez (volume de depósitos compulsórios no Banco Central) superior a R$ 400 bilhões; reservas cambiais de US$ 350 bilhões; espaço para reduzir juros.
O economista Tony Volpon, da Nomura Securities, identifica dois tipos possíveis de choque: um em forma de V, em que a situação piora, mas melhora rapidamente devido a uma reação agressiva por parte do governo; e outro em forma de L, em que, por causa de fatores estruturais (por exemplo: restrição fiscal ou monetária), não há melhora imediata nos fatores exógenos que impulsionam a crise.
Volpon batizou o primeiro tipo de choque de "quick and short" (rápido e curto) e o segundo, de "slow burn" (queima lenta). Para estimar seus efeitos, ele desenvolveu uma versão do modelo semiestrutural da economia brasileira, recentemente publicado pelo Banco Central (BC), modificando-o para introduzir variáveis exógenas.
As variáveis escolhidas foram: o VIX, índice de volatilidade do indicador S&P 500, também conhecido como "índice do medo" ou "medidor do medo", por refletir expectativas do mercado de ações para os 30 dias seguintes; os índices CRB metal e CRB alimentos, que refletem a variação dos preços de commodities; o índice S&P 500; e o nível dos CDS (Credit Default Swap) de cinco anos do Brasil. Os indicadores permitem simular os efeitos de quaisquer choques globais e capturar os mecanismos de transmissão (comércio, finanças, confiança dos empresários) que eles podem ter sobre o PIB brasileiro.
O economista da Nomura está entre os que acreditam que o BC, ao começar a reduzir a taxa básica de juros (Selic) em agosto, com as expectativas de inflação acima da meta de 4,5%, mudou o regime. Ele aposta que o governo Dilma trabalha com uma meta de crescimento. Por isso, no modelo de estimativa do impacto da crise, Volpon trabalha com a ideia de que o BC reduzirá a Selic para maximizar o crescimento do PIB, ainda que mantendo a inflação, ao fim do período (2013), abaixo de 6%.
Rodado o modelo, Volpon concluiu que, se o choque de 2012 for 100% equivalente ao de 2008, o Brasil crescerá 1,9% em 2012 e apenas 0,6% em 2013. Na hipótese de o choque ter impacto equivalente a 25% do que teve o de 2008, cenário considerado pelo BC, a economia crescerá 3,3% no ano que vem e 3% no ano seguinte. Tudo isso ocorreria sob um choque do tipo "queima lenta", sem a ocorrência de recessão.
Na hipótese de um choque "curto e rápido", haveria recessão em 2012, com contração de 0,9% do PIB, seguido de uma forte recuperação em 2013 (alta do PIB de 5,2%). Nesse caso, a taxa de investimento cairia 21,5%, em termos anualizados, no terceiro trimestre de 2012. No cenário anterior ("queima lenta"), o investimento sofreria redução crescente e consecutiva até 2013.
Em todas as simulações, as exportações brasileiras sofreriam impactos preocupantes. Já o real sofreria forte desvalorização - o dólar iria, no segundo trimestre de 2012, a R$ 2,43, mas se recuperaria e chegaria a R$ 1,68 no fim de 2013. No cenário de "queima lenta", chegaria ao fim daquele ano em R$ 2,37, na hipótese de a crise repetir integralmente os efeitos de 2008.
No caso dos juros, a Selic cairia, num choque "curto e rápido", a 6% ao ano, mas retornaria a 9,5% no fim de 2013, com a economia em plena recuperação. Num choque de "queima lenta", a Selic cairia, até 2013, a 4% (se a crise fosse idêntica à de 2008) ou a 6%, se a encrenca se restringisse a 25% do efeito ocorrido há três anos.
Por fim, diante de um choque do tipo "queima lenta", a inflação iria a 5,18% no segundo trimestre de 2012 (no caso de um impacto de 25% de 2008) e depois começaria a subir. Se o choque fosse a 100% de 2008, o IPCA cairia a 5,02% e, então, aumentaria a partir daí. Num choque "curto e rápido", a inflação seria reduzida à meta de 4,5% no terceiro trimestre do ano que vem. Em todos os casos, as simulações mostram IPCA em torno de 5,25% ao fim de 2013.
Volpon conclui que, se o choque atual tomar a forma de uma persistente "queima lenta", o contágio da crise será enorme, mesmo com o BC adotando uma política monetária agressiva. "Dado onde a economia brasileira está neste momento, o resultado mais provável seria uma estagflação, resultado de um crescimento positivo, mas baixo, e inflação acima da meta", diz ele. Como o próprio Volpon reconhece, as simulações estão sujeitas a inúmeras ressalvas. Ainda assim, indicam que a crise não será um passeio no parque. O impacto será forte, seja qual for o cenário considerado.
Cristiano Romero é editor-executivo
IGP-M sobe menos em novembro
Por Arícia Martins De São Paulo
A forte alta dos produtos agropecuários entre outubro e novembro foi concentrada em poucos itens e não deve tirar dos eixos a inflação de alimentos para o consumidor neste final de ano, avaliam economistas consultados pelo Valor. Ainda há um risco, no entanto, para os preços no atacado: caso o real continue perdendo valor ante o dólar — cenário que não é considerado o mais provável — e os preços das commodities se estabilizarem no mercado externo, o saldo será inflacionário no Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), tal como ocorreu em setembro e outubro.
Como esperado pelo mercado, o IGP-M desacelerou em novembro, ao registrar alta de 0,50%, abaixo dos 0,53% verificados no mês anterior. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi o responsável pelo movimento, recuando de 0,68% para 0,52%, com uma reversão em seus componentes. O IPA industrial deixou elevação de 0,91% para avanço de 0,49%, ao passo que o agropecuário subiu de 0,04% para 0,60%.
Segundo o coordenador de análises econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, os produtos industriais estão retornando a seu patamar após dois meses de intensa alta do dólar, ao passo que, nos agropecuários, poucos itens explicam a subida. “Isso significa que o movimento de alta não deve ser tão duradouro”, afirmou, durante apresentação do indicador de novembro.
Quadros destacou que, assim como no varejo, os alimentos in natura subiram com força no atacado ao deixarem deflação de 1,39% para elevação de 1,92%, movimento que deve ter um alívio em dezembro. As carnes bovinas também tiveram aceleração expressiva ao avançarem de 0,65% para 5,26%, enquanto as aves saíram de queda de 1,08% para alta de 2%. “São esses três itens que já estão repercutindo nos preços ao consumidor. Não temos uma pressão de vários alimentos acontecendo, ao contrário do que ocorreu no final do ano passado”, concluiu.
O economista Thiago Curado, da Tendências Consultoria, acredita que a ascensão no atacado será rapidamente repassada ao varejo, mas ressalta que suas coletas indicam aceleração “relativamente tranquila”, sem grandes preocupações que façam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar em larga medida o teto da meta estipulado pelo governo, de 6,5%. “Não será a influência externa que irá acelerar os alimentos e garantir o descumprimento da meta, mas também há certa resistência desse grupo que não permitirá um indicador muito abaixo do teto”.
Há uma ressalva, no entanto, do lado do câmbio, afirma Fabio Ramos, da Quest Investimentos. O economista espera “certa normalização” do cenário externo, o que trará o câmbio de volta a um patamar entre R$ 1,70 e R$ 1,80. Uma taxa mais próxima de R$ 1,90 mantida por mais tempo, porém, seria inflacionária, com impacto direto via commodities. Em seu cenário base, o analista projeta que o IGP-M tenha alta de 0,50% em dezembro, mesma taxa verificada em outubro, estimativa feita tendo como base uma estabilização dos preços das matérias-primas.
De acordo com Curado, o IGP-M deve desacelerar para 0,38% em dezembro. “Há espaço para a parte industrial acelerar em dezembro e os preços agropecuários devem se manter em patamar elevado, mas são movimentos que, mesmo com a questão cambial, não têm fôlego para aceleração intensa”.
Os analistas ouvidos concordam que o IGP-M deve encerrar 2011 com alta acumulada abaixo de 6%, quase metade da taxa de 2010, que ficou em 11,3%. Para Curado, a elevação será de 5,6%, enquanto Ramos, da Quest, estima taxa 0,1 ponto percentual maior.
Com o resultado apurado em novembro, a alta do índice em 12 meses desacelerou de 6,95% para 5,95%, movimento que, segundo Quadros, deve ter continuidade ao menos no primeiro trimestre de 2012. “Mesmo que haja uma pressão de sazonalidade não há nada que nos reaproxime do cenário do ano passado. Se não chegarmos aos 5,7% em dezembro, há mais dois meses à frente com espaço para recuo”.
Há pelo menos dois canais de transmissão que, diante de um agravamento da crise financeira internacional, poderão afetar a economia brasileira com mais força: a reversão dos fluxos de capitais, com impacto negativo na oferta de crédito; e a piora dos termos de troca, isto é, da relação entre os preços das exportações e os das importações. Tendo sido um dos maiores beneficiários tanto da liquidez internacional quanto do comércio exterior nos anos recentes, o Brasil tende a ser fortemente afetado pela crise que se anuncia.
Se por um lado apresenta vulnerabilidades, por outro o Brasil tem amplo espaço para reagir. Dispõe de posição fiscal confortável; colchão de liquidez (volume de depósitos compulsórios no Banco Central) superior a R$ 400 bilhões; reservas cambiais de US$ 350 bilhões; espaço para reduzir juros.
O economista Tony Volpon, da Nomura Securities, identifica dois tipos possíveis de choque: um em forma de V, em que a situação piora, mas melhora rapidamente devido a uma reação agressiva por parte do governo; e outro em forma de L, em que, por causa de fatores estruturais (por exemplo: restrição fiscal ou monetária), não há melhora imediata nos fatores exógenos que impulsionam a crise.
Volpon batizou o primeiro tipo de choque de "quick and short" (rápido e curto) e o segundo, de "slow burn" (queima lenta). Para estimar seus efeitos, ele desenvolveu uma versão do modelo semiestrutural da economia brasileira, recentemente publicado pelo Banco Central (BC), modificando-o para introduzir variáveis exógenas.
As variáveis escolhidas foram: o VIX, índice de volatilidade do indicador S&P 500, também conhecido como "índice do medo" ou "medidor do medo", por refletir expectativas do mercado de ações para os 30 dias seguintes; os índices CRB metal e CRB alimentos, que refletem a variação dos preços de commodities; o índice S&P 500; e o nível dos CDS (Credit Default Swap) de cinco anos do Brasil. Os indicadores permitem simular os efeitos de quaisquer choques globais e capturar os mecanismos de transmissão (comércio, finanças, confiança dos empresários) que eles podem ter sobre o PIB brasileiro.
O economista da Nomura está entre os que acreditam que o BC, ao começar a reduzir a taxa básica de juros (Selic) em agosto, com as expectativas de inflação acima da meta de 4,5%, mudou o regime. Ele aposta que o governo Dilma trabalha com uma meta de crescimento. Por isso, no modelo de estimativa do impacto da crise, Volpon trabalha com a ideia de que o BC reduzirá a Selic para maximizar o crescimento do PIB, ainda que mantendo a inflação, ao fim do período (2013), abaixo de 6%.
Rodado o modelo, Volpon concluiu que, se o choque de 2012 for 100% equivalente ao de 2008, o Brasil crescerá 1,9% em 2012 e apenas 0,6% em 2013. Na hipótese de o choque ter impacto equivalente a 25% do que teve o de 2008, cenário considerado pelo BC, a economia crescerá 3,3% no ano que vem e 3% no ano seguinte. Tudo isso ocorreria sob um choque do tipo "queima lenta", sem a ocorrência de recessão.
Na hipótese de um choque "curto e rápido", haveria recessão em 2012, com contração de 0,9% do PIB, seguido de uma forte recuperação em 2013 (alta do PIB de 5,2%). Nesse caso, a taxa de investimento cairia 21,5%, em termos anualizados, no terceiro trimestre de 2012. No cenário anterior ("queima lenta"), o investimento sofreria redução crescente e consecutiva até 2013.
Em todas as simulações, as exportações brasileiras sofreriam impactos preocupantes. Já o real sofreria forte desvalorização - o dólar iria, no segundo trimestre de 2012, a R$ 2,43, mas se recuperaria e chegaria a R$ 1,68 no fim de 2013. No cenário de "queima lenta", chegaria ao fim daquele ano em R$ 2,37, na hipótese de a crise repetir integralmente os efeitos de 2008.
No caso dos juros, a Selic cairia, num choque "curto e rápido", a 6% ao ano, mas retornaria a 9,5% no fim de 2013, com a economia em plena recuperação. Num choque de "queima lenta", a Selic cairia, até 2013, a 4% (se a crise fosse idêntica à de 2008) ou a 6%, se a encrenca se restringisse a 25% do efeito ocorrido há três anos.
Por fim, diante de um choque do tipo "queima lenta", a inflação iria a 5,18% no segundo trimestre de 2012 (no caso de um impacto de 25% de 2008) e depois começaria a subir. Se o choque fosse a 100% de 2008, o IPCA cairia a 5,02% e, então, aumentaria a partir daí. Num choque "curto e rápido", a inflação seria reduzida à meta de 4,5% no terceiro trimestre do ano que vem. Em todos os casos, as simulações mostram IPCA em torno de 5,25% ao fim de 2013.
Volpon conclui que, se o choque atual tomar a forma de uma persistente "queima lenta", o contágio da crise será enorme, mesmo com o BC adotando uma política monetária agressiva. "Dado onde a economia brasileira está neste momento, o resultado mais provável seria uma estagflação, resultado de um crescimento positivo, mas baixo, e inflação acima da meta", diz ele. Como o próprio Volpon reconhece, as simulações estão sujeitas a inúmeras ressalvas. Ainda assim, indicam que a crise não será um passeio no parque. O impacto será forte, seja qual for o cenário considerado.
Cristiano Romero é editor-executivo
IGP-M sobe menos em novembro
Por Arícia Martins De São Paulo
A forte alta dos produtos agropecuários entre outubro e novembro foi concentrada em poucos itens e não deve tirar dos eixos a inflação de alimentos para o consumidor neste final de ano, avaliam economistas consultados pelo Valor. Ainda há um risco, no entanto, para os preços no atacado: caso o real continue perdendo valor ante o dólar — cenário que não é considerado o mais provável — e os preços das commodities se estabilizarem no mercado externo, o saldo será inflacionário no Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), tal como ocorreu em setembro e outubro.
Como esperado pelo mercado, o IGP-M desacelerou em novembro, ao registrar alta de 0,50%, abaixo dos 0,53% verificados no mês anterior. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi o responsável pelo movimento, recuando de 0,68% para 0,52%, com uma reversão em seus componentes. O IPA industrial deixou elevação de 0,91% para avanço de 0,49%, ao passo que o agropecuário subiu de 0,04% para 0,60%.
Segundo o coordenador de análises econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, os produtos industriais estão retornando a seu patamar após dois meses de intensa alta do dólar, ao passo que, nos agropecuários, poucos itens explicam a subida. “Isso significa que o movimento de alta não deve ser tão duradouro”, afirmou, durante apresentação do indicador de novembro.
Quadros destacou que, assim como no varejo, os alimentos in natura subiram com força no atacado ao deixarem deflação de 1,39% para elevação de 1,92%, movimento que deve ter um alívio em dezembro. As carnes bovinas também tiveram aceleração expressiva ao avançarem de 0,65% para 5,26%, enquanto as aves saíram de queda de 1,08% para alta de 2%. “São esses três itens que já estão repercutindo nos preços ao consumidor. Não temos uma pressão de vários alimentos acontecendo, ao contrário do que ocorreu no final do ano passado”, concluiu.
O economista Thiago Curado, da Tendências Consultoria, acredita que a ascensão no atacado será rapidamente repassada ao varejo, mas ressalta que suas coletas indicam aceleração “relativamente tranquila”, sem grandes preocupações que façam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar em larga medida o teto da meta estipulado pelo governo, de 6,5%. “Não será a influência externa que irá acelerar os alimentos e garantir o descumprimento da meta, mas também há certa resistência desse grupo que não permitirá um indicador muito abaixo do teto”.
Há uma ressalva, no entanto, do lado do câmbio, afirma Fabio Ramos, da Quest Investimentos. O economista espera “certa normalização” do cenário externo, o que trará o câmbio de volta a um patamar entre R$ 1,70 e R$ 1,80. Uma taxa mais próxima de R$ 1,90 mantida por mais tempo, porém, seria inflacionária, com impacto direto via commodities. Em seu cenário base, o analista projeta que o IGP-M tenha alta de 0,50% em dezembro, mesma taxa verificada em outubro, estimativa feita tendo como base uma estabilização dos preços das matérias-primas.
De acordo com Curado, o IGP-M deve desacelerar para 0,38% em dezembro. “Há espaço para a parte industrial acelerar em dezembro e os preços agropecuários devem se manter em patamar elevado, mas são movimentos que, mesmo com a questão cambial, não têm fôlego para aceleração intensa”.
Os analistas ouvidos concordam que o IGP-M deve encerrar 2011 com alta acumulada abaixo de 6%, quase metade da taxa de 2010, que ficou em 11,3%. Para Curado, a elevação será de 5,6%, enquanto Ramos, da Quest, estima taxa 0,1 ponto percentual maior.
Com o resultado apurado em novembro, a alta do índice em 12 meses desacelerou de 6,95% para 5,95%, movimento que, segundo Quadros, deve ter continuidade ao menos no primeiro trimestre de 2012. “Mesmo que haja uma pressão de sazonalidade não há nada que nos reaproxime do cenário do ano passado. Se não chegarmos aos 5,7% em dezembro, há mais dois meses à frente com espaço para recuo”.
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