terça-feira, 25 de outubro de 2011

Zona do euro está mais perto da recessão


Atividade industrial e de serviços da região se contraiu em setembro e teve o pior resultado em mais de dois anos

Bancos reagem com ameaças à proposta dos líderes europeus de calote voluntário de 60% da dívida grega

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A atividade econômica na zona do euro teve no mês passado a maior contração em mais de dois anos, aumentando os temores de que o bloco esteja realmente entrando em uma nova recessão.
O Índice Gerente de Compras - indicador que mede o comportamento dos setores manufatureiro e de serviços - caiu de 49,1 pontos, em setembro, para 47,2, o pior desempenho desde julho de 2009.
Resultados abaixo de 50 pontos indicam que o setor está se contraindo.
O dado divulgado ontem mostrou que os problemas não estão restritos à periferia da zona do euro.
A atividade econômica na França teve a primeira queda desde junho de 2009, enquanto a Alemanha, embora continue a se expandir, não mostra a mesma força que no início deste ano.
A perda de fôlego ocorre no momento em que o bloco tenta encontrar uma solução para a crise da dívida pública, principalmente da Grécia, que ameaça ficar sem dinheiro para pagar as contas já em novembro.

BANCOS
Os líderes da União Europeia prometem anunciar ações tanto para a Grécia quanto para os bancos e contra a crise de confiança, amanhã em Bruxelas.
Uma das medidas esperadas é a imposição de maiores perdas aos bancos que possuem títulos da dívida grega.
Segundo o jornal "Financial Times", os líderes europeus pediram aos bancos que aceitem um calote voluntário de 60% no valor da dívida grega em suas tesourarias.
Em julho, as instituições financeiras concordaram com um calote parcial de 21%.
Diante da ameaça de sofrerem perdas maiores do que já tinham aceitado, os bancos reagiram ontem. O IIF (Instituto Internacional de Finanças) -que representa mais de 200 instituições financeiras- disse que perdas maiores com a dívida grega "seriam o equivalente a um calote".
Embora o plano de ajuda à Grécia com participação voluntária dos bancos já seja um calote na prática, ele tem como atenuante o fato de os bancos terem concordado. Por isso, é chamado de calote restrito.
Se as perdas forem maiores e unilaterais, sem o aval dos bancos, podem desencadear o rebaixamento da Grécia para a pior nota de risco de crédito, o "default". Além disso, devem provocar uma nova disparada das taxas de juros dos países mais frágeis da zona do euro, como a Itália e a Espanha.
"Existem limites ao que pode ser considerado voluntário", disse Charles Dallara, diretor-gerente do IIF, em comunicado.
Os representantes dos bancos lembram, ainda, que a conta será paga pelo contribuinte europeu, "que já fez muito para ajudar a Grécia".

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