quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Taxa média de juro cai para nova mínima histórica em outubro, diz BC



Valor 29/11

BRASÍLIA – A taxa média de juros das operações referenciais de crédito do sistema financeiro caiu 0,6 ponto percentual entre setembro e outubro, atingindo 29,3% ao ano, o menor nível da série histórica calculada pelo Banco Central (BC), com início em junho de 2000. Já a taxa de inadimplência considerando atrasos há mais de 90 dias não cede e permaneceu em 5,9% pelo quarto mês seguido.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela autoridade monetária. O governo iniciou em abril uma cruzada pela redução das tarifas bancárias. Este é o oitavo mês consecutivo de queda nas taxas médias. O corte acumulado de janeiro a outubro é de 7,8 pontos percentuais.

A queda foi um pouco maior nas operações direcionadas às empresas, cujo custo caiu 0,5 ponto percentual no mês passado, para 22,1% ao ano. Para as famílias, a média caiu de 35,8% para 35,4% ao ano. Tanto as taxas médias de juros das pessoas físicas como as das pessoas jurídicas atingiram as mínimas históricas em outubro.

O spread bancário (diferença entre as taxas de captação dos bancos e as aplicadas aos clientes) caiu de 22,3 pontos percentuais em setembro para 22 pontos em outubro, também novo piso histórico. Nas operações com pessoas físicas, o spread, que era de 27,9 pontos em setembro, caiu para 27,8 pontos percentuais. As empresas, por sua vez, contrataram crédito com spread de 15 pontos em setembro, ante 15,3 pontos no mês anterior.

Inadimplência

Desde o início do ano, o BC vem repetindo o discurso de que a inadimplência vai recuar neste segundo semestre. No entanto, pelos dados disponíveis, faltando apenas dois meses para terminar o ano, a taxa continua no mesmo patamar, o mais alto da série histórica, pelo quarto mês consecutivo.

Nos dez primeiros meses do ano, a taxa variou entre o intervalo curto de 5,7% a 5,9%. No acumulado do ano e nos 12 meses terminados em outubro, a taxa caiu apenas 0,4 ponto percentual.

Nos empréstimos e financiamentos referenciais a empresas, a inadimplência subiu para 4,1% em outubro, 0,1 ponto percentual a mais do que em setembro. No segmento de pessoas físicas, a taxa de atrasos continuou em 7,9%, também pelo quarto mês consecutivo.

O levantamento da autoridade monetária engloba as operações de crédito que são referenciais para o cálculo da taxa média de juros, que inclui quase todo o crédito livre.

A taxa de inadimplência de todas as operações de crédito do sistema financeiro, livre e direcionado, continuou em 3,8% em outubro – o mesmo nível que se repete desde abril. O volume de operações que tinha pelo menos uma prestação em atrasos há mais de 90 dias somou R$ 85,314 bilhões no mês passado.

Estoque

Ainda de acordo com os números do BC, o estoque de crédito no Brasil cresceu 1,4% em outubro, um ritmo melhor que o verificado em setembro. A carteira de empréstimos e financiamentos do sistema financeiro encerrou o período em R$ 2,269 trilhões.

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