Valor 21/07/2011
A entrada líquida de dólares no Brasil disparou neste mês para US$ 10,132 bilhões, graças ao fluxo positivo do dia 11, primeiro pregão depois que o Banco Central (BC) apertou as regras de posição vendida dos bancos numa tentativa de conter a forte valorização do real.
Os dados divulgados pelo BC mostram que em julho, até o dia 15, as operações comerciais tiveram entrada líquida de US$ 3,245 bilhões e as financeiras foram superavitárias em US$ 6,887 bilhões. Somente no dia 11, ingressaram no país US$ 7,358 bilhões, já descontada a saída de dólares. O grosso dessa cifra (US$ 6,671 bilhões) se deu no segmento financeiro.
Os dados divulgados pelo BC mostram que em julho, até o dia 15, as operações comerciais tiveram entrada líquida de US$ 3,245 bilhões e as financeiras foram superavitárias em US$ 6,887 bilhões. Somente no dia 11, ingressaram no país US$ 7,358 bilhões, já descontada a saída de dólares. O grosso dessa cifra (US$ 6,671 bilhões) se deu no segmento financeiro.
"O mais provável é que o dinheiro tenha entrado para promover o enquadramento" à regra do BC, afirma o estrategista de um banco estrangeiro. "Não houve efeito de preço do dólar que justificasse uma entrada dessa magnitude."
Operadores destacaram que a entrada, apesar de volumosa, não foi percebida pelo mercado em geral até a divulgação dos dados. A explicação é que os dólares podem ter sido trazidos para o Brasil em operação "direta", em que um banco com subsidiária no exterior cuida da operação, que não é vista pelos demais operadores, mas registrada no BC.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também atribuiu o forte ingresso do dia 11 ao enquadramento dos bancos, e não mostrou preocupação com uma nova enxurrada de recursos ao país. "Não está entrando todo esse dinheiro; entrou num dia para ajustar à norma. O fluxo está contido e regular, tanto assim que não há alterações na cotação do câmbio", disse.
O BC anunciou a mudança sobre a posição vendida dos bancos no dia 8, após o dólar cair para o menor nível em comparação ao real desde 1999. As instituições tinham até o dia 15 para se adequar à regra, pela qual devem recolher ao BC como depósito compulsório 60% sobre o valor da posição vendida de câmbio que exceder US$ 1 bilhão ou o patrimônio de referência - o que for menor.
Além dessa "sobra" de dólares, o BC também ajudou os bancos a zerar posição vendida, ao adquirir no mercado à vista bem menos dólares do que o fluxo. Em julho, também até o dia 15, foram incorporados às reservas internacionais do país US$ 2,484 bilhões por meio de leilões de compra.
Disso resulta um "fluxo efetivo" positivo de US$ 7,648 bilhões (fluxo cambial descontadas as compras do BC) no mês. Como essa "sobra" é absorvida pelos bancos, é possível estimar que a posição vendida das instituições financeiras no mercado à vista caiu de US$ 14,7 bilhões no fim de junho para cerca de US$ 7 bilhões em 15 de julho.
No ano, o país contabiliza fluxo cambial positivo de US$ 49,965 bilhões, bem acima do registrado em todo o ano passado (de US$ 24,354 bilhões).
Para o diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme, não se deve esperar ingressos fortes no curto prazo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também atribuiu o forte ingresso do dia 11 ao enquadramento dos bancos, e não mostrou preocupação com uma nova enxurrada de recursos ao país. "Não está entrando todo esse dinheiro; entrou num dia para ajustar à norma. O fluxo está contido e regular, tanto assim que não há alterações na cotação do câmbio", disse.
O BC anunciou a mudança sobre a posição vendida dos bancos no dia 8, após o dólar cair para o menor nível em comparação ao real desde 1999. As instituições tinham até o dia 15 para se adequar à regra, pela qual devem recolher ao BC como depósito compulsório 60% sobre o valor da posição vendida de câmbio que exceder US$ 1 bilhão ou o patrimônio de referência - o que for menor.
Além dessa "sobra" de dólares, o BC também ajudou os bancos a zerar posição vendida, ao adquirir no mercado à vista bem menos dólares do que o fluxo. Em julho, também até o dia 15, foram incorporados às reservas internacionais do país US$ 2,484 bilhões por meio de leilões de compra.
Disso resulta um "fluxo efetivo" positivo de US$ 7,648 bilhões (fluxo cambial descontadas as compras do BC) no mês. Como essa "sobra" é absorvida pelos bancos, é possível estimar que a posição vendida das instituições financeiras no mercado à vista caiu de US$ 14,7 bilhões no fim de junho para cerca de US$ 7 bilhões em 15 de julho.
No ano, o país contabiliza fluxo cambial positivo de US$ 49,965 bilhões, bem acima do registrado em todo o ano passado (de US$ 24,354 bilhões).
Para o diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme, não se deve esperar ingressos fortes no curto prazo.
"Não vejo fluxo muito intenso, nem para a bolsa. Esse quadro externo sugere um pouco de cautela e os investidores estão preferindo se preservar", diz.
"O principal problema é na Europa (com a crise de dívida soberana dos países chamados periféricos) e há perigo de contágio."
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