quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dólar chega a R$ 2,10, mas recua após atuação do Banco Central

FSP 23/05

A sessão no mercado de câmbio é marcada pela volatilidade nesta quarta-feira. Depois de engatar valorização de 1%, operando na faixa de R$ 2,10, o dólar mudou de rumo diante do anúncio da oferta de swap cambial tradicional, operação que equivale à venda de dólar no mercado futuro, realizada pelo Banco Central.

Por volta de 13h41, a moeda recuava 1,05% e era cotada a R$ 2,058, após máxima a R$ 2,106 (+1,25%). O giro estimado para o mercado interbancário estava ao redor de US$ 500 milhões, metade do considerado normal.

A operação movimentou US$ 1,309 bilhão, o que representa 33% da oferta total de 80.000 contratos, ou US$ 4 bilhões distribuídos entre os vencimentos de 2 de julho e 1 de agosto.

O swap com vencimento em 2 de julho movimentou 18.600 contratos, ou US$ 922,6 milhões. E o contrato para 1 de agosto girou 7.800 contratos, ou US$ 386,4 milhões.

No mesmo horário, a Bovespa recuava 3,34%, aos 53.198 pontos.

VOLATILIDADE

O diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou nesta quarta-feira que o excesso de volatilidade no câmbio é preocupante, mas que a instituição não tem uma meta para a taxa de câmbio.

"O câmbio repercute [neste momento] essencialmente a aversão ao risco no mercado internacional, mas isso faz parte. Tem certos momentos em que o câmbio responde mais a fundamentos domésticos que aversão ao risco, em outros momentos essa relação diminui", disse após apresentação do Boletim Regional do BC, em Curitiba.

"O importante é que o mercado de câmbio esteja funcionando adequadamente de modo a refletir as situações. O que nos preocupa é o excesso de volatilidade. Não temos, nunca tivemos, [foco] no nível de taxa de câmbio."

GRÉCIA

Os mercados caíram hoje com rumores de que haveria planos preparatórios para a saída da Grécia da zona do euro.

Depois da tentativa de recuperação motivada pela expectativa de que alguma medida para conter a crise da zona do euro seria discutida em reunião da União Europeia, os mercados se voltaram para o fato de que não há nada de concreto para ser divulgado agora.
Esse ambiente tenso fez investidores fugirem mais uma vez do risco em direção ao dólar e aos títulos do tesouro dos Estados Unidos e da Alemanha. O euro chegou a cair ao nível mais baixo desde agosto de 2010, a US$ 1,2615.

As bolsas em Wall Street intensificam as perdas, assim como a Bovespa.

Às 13h22 (horário de Brasília), o indicador Dow Jones caía 1,43%, a 12.323 pontos, enquanto o S&P 500 tinha desvalorização de 1,45%, a 1.297 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq perdia, por sua vez, 1,42%, a 2.798 pontos.
Nem mesmo a divulgação de números mais positivos do setor imobiliário dos Estados Unidos impedia a desvalorização das Bolsas nesta sessão. As vendas de imóveis residenciais novos nos EUA subiram 3,3% em abril em relação a março, para uma taxa anualizada de 343 mil unidades, de acordo com dados ajustados sazonalmente. Analistas previam alta de 2,1%. Na comparação com abril do ano passado, houve aumento de 9,9%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário