quarta-feira, 4 de julho de 2012

Brent ganha fôlego e volta para os US$ 100



Por Vanessa Dezem  - Valor 04/07
De São Paulo

As cotações do petróleo no mercado internacional voltaram a superar o patamar dos US$ 100 o barril. Estimularam as negociações no pregão de ontem as expectativas de que a oferta global da commodity tende a diminuir diante das retaliações ao Irã, enquanto a demanda deve crescer com um novo possível movimento de aceleração da economia chinesa.

Em Londres, o Brent encerrou as operações com alta de 3,44%, para US$ 100,48 o barril. Esse foi o maior fechamento desde o dia 31 de maio, quando a cotação marcava US$ 101,43 o barril. O WTI, em Nova York, por sua vez, fechou aos US$ 88,03 o barril, apresentando alta de 4,61%.

O mercado se focou nas notícias que envolvem o Irã, grande produtor de petróleo. A mídia do país sugeriu que poderia haver uma interrupção na passagem de barris de petróleo no estreito de Hormuz, importante para o comércio da commodity.
Os EUA reforçaram sua presença no Golfo, enquanto o Irã testava um míssil balístico capaz de atingir Israel, como parte de um treinamento voltado a mostrar sua capacidade de retaliar caso seja atacado, afirmou a imprensa do país. Os lançamentos coincidem com reuniões entre especialistas e potências, que discutem o programa nuclear iraniano. Os EUA e a União Europeia têm imposto restrições à importação de petróleo iraniano, como forma de pressionar o país.

Também impulsionou as cotações um relatório do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), grupo que representa bancos internacionais. No documento, a instituição afirma que a perda de força do crescimento está se espalhando para além da Europa, fazendo crescer a necessidade de um afrouxamento monetário adicional em todo o mundo. Isso gerou expectativas de que essa política poderá ser adotada em alguns países.

Na China, a divulgação de indicadores que mostraram um possível reaquecimento do mercado trouxe ânimo aos investidores. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços subiu de 55,2 para 56,7 pontos entre maio e junho. Também teve influência positiva a informação publicada na imprensa chinesa sobre planos do governo de estimular o consumo e incentivar o crescimento por meio da flexibilização dos depósitos compulsórios.

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