sábado, 12 de junho de 2010

Bancos Centrais devem ter outras funções ademais da estabilidade?

O Board do FED, em Washington, DC, EUA.

O FED tem também o objetivo de buscar o "pleno emprego" dos fatores na economia, entretanto só persegue o "pleno emprego" tendo assegurado antes a estabilidade.



Na maior parte dos países economicamente relevantes, a principal missão da Autoridade Monetária é garantir a estabilidade de preços, evitando a desvalorização da moeda. Isso representa, em última instância, proteger a sociedade, impedindo a transferência de riqueza da população para o governo por intermédio de processos inflacionários, conhecida, como “Senhoriagem”.

A tendência mundial nas décadas de 1990 e 2000 foi a de manter os BCs focados em seu objeto principal: política monetária.

Em relação à regulação e supervisão do sistema financeiro, a partir da necessidade que se teve de uma atuação intensa dos bancos centrais no enfrentamento da crise de 2007-2010 (2011? 2012?), passou-se a rediscutir se a autoridade monetária deve, ademais da política monetária e da preservação da estabilidade financeira, exercer também esta função e com qual grau de envolvimento. A tendência passou a ser a de que os bancos centrais exerçam supervisão e regulação de instituições que representem risco sistêmico, dado o potencial impacto na economia. As instituições menores e as não bancárias poderiam ser deixadas sob supervisão e regulação de agências que não os bancos centrais.

A crise também evidenciou a necessidade de uma instituição com missão explícita de ser Regulador de Risco Sistêmico – RRS. BLINDER (2010) defende que a instituição mais apta a exercer esta função é o banco central – e de um aprofundamento das reformas na arquitetura financeira internacional para salvaguardar a estabilidade em um cada vez mais integrado sistema financeiro mundial.


É certo que se deve buscar um sistema financeiro competitivo e inclusivo. Mas de nada adiantará diversas instituições inclusivas e competitivas se o sistema estiver frágil e passível de uma crise que contamine toda a economia...

Nosso BCB não aderiu à tendência de retirar a supervisão de suas atribuições. A crise 2007-201? mostrou ter sido acertada esta medida uma vez que a instituição pode ter uma ação mais efetiva de enfrentamento da crise.

Ficam algumas perguntas:

- Quais devem ser as funções do BCB?
- Ademais da prioridade à estabilidade (sobre isso quase não há contestação com embasamento), quais poderiam ser os outros objetivos que o BCB poderia perseguir?


Estrela - 11/06/2010.

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