sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Investimento estrangeiro forte em setembro



Credit Suisse  25/10/2013

Foreign investment in fixed-income securities still very
strong in September
 
Overview: The current-account deficit was $2.6bn in September, much
lower than the deficit of the previous months and similar to that of
September 2012. September’s lower current-account deficit was
mainly due to a higher trade surplus and a net inflow of    
remittances of profits and dividends, the first net inflow
since January 2000. The current-account deficit in rolling
12-month terms remained stable at 3.6% of GDP ($80.5bn) in
September 2013. Foreign direct investments (FDI) totaled $4.8bn
in September, in line with our forecast and very similar to the
 monthly average so far this year. In cumulative 12-month terms,
FDI increased to $61.5bn, reducing the gap to the current-account    
deficit. Foreign investment in fixed-income securities totaled $7.2bn
in September and $25bn from the date the Tax on
Financial Transactions (IOF) on these investments was removed
(June 4) through October 23 (latest data available).
 We expect the current-account deficit to stabilize at around 3.6%
of GDP until the end of the year.

We forecast that the rolling 12-month FDI will increase to $65bn by
 the end of the year, owing mainly to the payment for oil exploration
concessions. The figures already available for October suggest that
FDI will be significant for the month and that there will be a deceleration
 in portfolio investments.
 


Foreign direct investments (FDI) totaled $4.8bn in September, higher than the inflows of $3.8bn in August and $4.4bn in September 2012. The result was in line with our forecast and the median market consensus. In cumulative 12-month terms, FDI rose from $61.1bn in August to $61.5bn in September (Exhibit 3). The FDI breakdown for September shows that intercompany loans posted a deficit of $0.3bn. Thus, FDI in equity capital ($5.1bn) accounts for all FDI inflows into the country in September. Each transaction for FDI in equity capital amounted to $0.5bn or less in September. The Central Bank of Brazil expects FDI of $5.2bn in October, given that the result through October 23 totaled $4.2bn.


Foreign portfolio investments (in equities and fixed-income securities traded in Brazil) posted a net inflow of $9.5bn in September, versus an inflow of $6.2bn in August and an outflow of $0.5bn in September 2012. Investments in equities accounted for an inflow of $2.2bn last month. Net inflows into fixed-income securities traded in Brazil posted a surplus of $7.2bn in September and $24.9bn from the withdrawal of the IOF levy on June 4 through 23 October. In 12-month terms, foreign portfolio investments rose from $31.2bn in August to $41.1bn in September. According to the Central Bank of Brazil, foreign investment into fixed income securities totaled $0.9bn in October through 23, and there was an outflow of $0.3bn in equities in the same period.

Déficit em conta corrente em setembro é o dobro do previsto pelo BC

Por Alex Ribeiro e Eduardo Campos | Valor 25/10
 
BRASÍLIA - O Brasil registrou, em setembro, déficit de US$ 2,629 bilhões em suas transações correntes com outros países, conta que já acumula saldo negativo de US$ 60,416 bilhões desde o início do ano, informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC).
O déficit previsto pelo próprio BC era de US$ 1,3 bilhão. Para o ano, a previsão é de conta negativa em US$ 75 bilhões.
Em 12 meses, a diferença entre o que país gastou e o que recebeu nas transações internacionais relativas a comércio, serviços, rendas e transferências unilaterais alcançou US$ 80,507 bilhões, o equivalente a 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária para o mesmo período.
Ainda em setembro, o Brasil registrou déficit de US$ 1,224 bilhão no balanço de pagamentos em setembro. No mesmo mês de 2012, havia registrado leve superávit, de US$ 84 milhões.
Apesar do resultado negativo de setembro, nos dados acumulados no ano de janeiro a setembro, o balanço de pagamentos segue superavitário, em US$ 2,313 bilhões. Em igual período do ano passado, porém, o superávit era bem maior, em US$ 22,964 bilhões.
O déficit no balanço de pagamentos em setembro é resultado de um déficit de US$ 2,629 bilhões na conta corrente, que não foi integralmente coberto pelos ingressos líquidos na conta capital e financeira, de US$ 1,506 bilhão no mês.
(Alex Ribeiro e Eduardo Campos | Valor)



É o bem-estar....

 

Por Antonio Delfim Netto
 
Estudos internacionais mostram que, no Brasil, a relação entre o valor do estoque dos investimentos em infraestrutura (energia, portos, rodovias, ferrovias, telecomunicações etc.) e o fluxo do valor adicionado por seu uso pela mão de obra empregada, o Produto Interno Bruto, é muito pequena, quando comparada com o de outras economias.
Há pelo menos 30 anos o Estado brasileiro vem perdendo capacidade de planejamento logístico. O processo iniciou-se com a prática destruição do Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes (Geipot) e acelerou-se com a dissolução do Imposto Único Sobre Combustíveis e Lubrificantes (IUCL). O primeiro produzia projetos logisticamente integrados de boa qualidade e o segundo garantia a continuidade do seu financiamento.


Hoje, em matéria de infraestrutura, o governo funciona mal. Não há projetos bem feitos e tudo conspira contra sua execução: 1) a interferência exagerada do Tribunal de Contas da União (TCU), que, aos poucos, conquistou poderes que transcendem de muito à sua tarefa fundamental de "órgão auxiliar do Legislativo" para verificar a qualidade e o rigor financeiro da execução orçamentária, que foi esquecida, porque ninguém a levava a sério; 2) a intromissão extravagante do Ministério Público. Combinada com a ação do TCU e a ligeireza com que levantam suspeitas que, mesmo quando não confirmadas, destroem em 15 segundos de oportunismo e exibicionismo televisivo a vida de gente honesta sem que sejam minimamente responsabilizados. O "terror" eliminou a capacidade de decisão dos funcionários sérios e competentes e produziu uma "paralisia" funcional. Ninguém assina um papel. Todas as decisões devem ser coletivas... para que possam ser deixadas para amanhã; e 3) a ausência de mecanismos de financiamento seguro (como o IUCL) introduziu enorme incerteza na regularidade do suprimento de recursos, que, juntamente com os argumentos anteriores, levam à procrastinação na execução de praticamente todos os projetos. Os bem-sucedidos, em não menos de três ou quatro anos! É preciso deixar claro que ninguém pode ser contra o papel fiscalizador e protetor dos direitos do cidadão do Ministério Público e do TCU. O que se pede é que seja exercido com mais cuidado e menos fúria midiática. E, principalmente, que tenham sempre presente nas decisões a visão mais larga da relação custo/benefício para a sociedade, ponderada pelos interesses das minorias que corretamente defendem.

É claro que esses problemas não nasceram no governo Dilma. São produtos quase naturais de uma sociedade que deseja consolidar o regime republicano, onde todos são sujeitos à mesma lei, apoiados numa crescente participação democrática inclusiva e no avanço persistente da igualdade de oportunidades. Esses são os valores prescritos na Constituição de 1988. Não há nada que possa condená-los do ponto de vista "científico", mas é preciso compreender que eles têm consequências práticas: podem tornar mais lento e ineficiente o crescimento material da economia quando medido pelo precário indicador que é o PIB per capita. Ele, obviamente, não mede, o "nível de bem-estar".
Que nossos problemas com a gestão pública são antigos e não têm melhorado, vê-se no recentíssimo "Doing Business - 2013", do Banco Mundial, onde o Brasil dá o maior vexame. O governo tem consciência que nosso problema é de gestão, tanto que "fazer um pouco mais com um pouco menos" foi o lema do primeiro dia do governo Dilma. Ele foi infelizmente, desfocado no meio de tantos ativismos na direção certa no longo prazo, mas complicados no curto prazo pelas dificuldades de cooptar a confiança do setor privado.
Uma parte dessas dificuldades se deve, por exemplo, à enorme complexidade de transferir monopólios públicos para o setor privado com leilões e regulação adequados para proteger o usuário final, porque as concessões são de longo prazo e os contratos necessariamente incompletos. Todos sabemos dos grandes problemas das concessões rodoviárias no Brasil, na Argentina, na Colômbia e no Chile nos anos 90 e, ainda recentemente, no governo Lula, na base do "privatize agora e regulamente depois". De fato, é difícil afirmar que elas tenham sido um sucesso. É mais razoável dizer que os resultados são menores do que as expectativas.
Por outro lado, é preciso reconhecer que tais dificuldades foram acompanhadas por um processo redistributivo abrangente. O índice de "bem-estar", que combina aumento de renda real com redução da desigualdade (gráfico), revela esse fato. Em condições normais de pressão e temperatura, será o "sentimento" de progresso revelado por ele a partir de 2003, e a "perspectiva" futura que constroem sobre ele os eleitores que determinarão a "fala" das urnas.
Ela não se modificará por nenhum "espetáculo" de malabarismo político. Talvez, eventualmente, apenas pela demora do governo Dilma de concentrar o seu enfoque e, junto com o Congresso e a cooptação da sociedade, liderar com determinação as reformas estruturais que o Brasil espera, única garantia do aumento do "bem-estar" no futuro.

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento.
E-mail: contatodelfimnetto@terra.com.br



 
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Esperanças ou mentiras



 

Fonte: ANP/Assessoria de Imprensa - (21) 2112-8333 - imprensa@anp.gov.br





01/10/2013
Em agosto, a produção de petróleo no Brasil aumentou em 0,3% comparada com a do mesmo mês em 2012 e cresceu em 1,9% em relação a julho do corrente ano. Foram cerca de 2,011 milhões de barris por dia (bbl/d). A produção de gás natural ficou em torno de 77 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), um crescimento de 7,9% frente ao mesmo mês em 2012 e uma redução de 1,9% em relação ao mês anterior. A produção total (petróleo e gás) foi de 2,495 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Em agosto, 313 concessões, operadas por 26 empresas, foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 79 são concessões marítimas e 234 terrestres. As informações são do Boletim de Produção da ANP de agosto de 2013 (link)
Pré-sal
A produção do pré-sal foi de 302 mil bbl/d de petróleo e 10,1 milhões de m³/d de gás natural, totalizando 365,6 mil boe/d, um aumento de 1,9% em relação ao mês anterior. Estes volumes foram oriundos de 26 poços: 6BRSA631DBESS, 7BAZ2ESS, 7BAZ4ESS e 7BAZ6ESS (Campo de Baleia Azul), 6BRSA806RJS (Caratinga e Barracuda), 6BRSA639ESS, 7BFR6ESS e 7JUB34HESS (Jubarte), 3LI0005RJS, 7LI0017DRJS, 3RJS0168RJ e 4RJS0156RJ (Linguado), 3BRSA496RJS, 9BRSA716RJS, 9BRSA908DRJS, 7LL3DRJS e 7LL11RJS (Lula), 6BRSA770DRJS (Marlim e Voador), 6BRSA817RJS, 3BRSA1054DRJS e 3BRSA1017DRJS (Marlim Leste), 3RJS0159RJ e 7PM0017DRJS (Pampo), 7PRB1ESS (Pirambu), 1BRSA594SPS (Sapinhoá) e 4RJS0265ARJ (Trilha).
Campos
Marlim Sul, na Bacia de Campos, foi o campo com maior produção de petróleo, uma média de 291,4 mil bbl/d. Manati, na Bacia de Camamu, registrou foi o maior volume de gás natural, com em média de 5,9 milhões de m³/d. Aproximadamente 92,8% da produção de petróleo e gás natural foram provenientes de campos operados pela Petrobras e em torno de 91,4% da produção de petróleo e 73,5% da produção de gás natural do Brasil foram extraídos de campos marítimos. A plataforma P-56, localizada no campo de Marlim Sul, foi a unidade com maior produção, com em torno de 146,5 mil boe/d.
A produção de petróleo e gás natural em agosto foi oriunda de 9.042 poços, sendo 778 marítimos e 8.264 terrestres. O campo com o maior número de poços produtores foi Canto do Amaro, bacia de Potiguar, com 1.112 poços.

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Enquanto isso, o Valor noticia:

Petrobras prevê acréscimo de 1 milhão de barris/dia a partir de 2014

Simplesmente um aumento de 50% na produção em um ano... alguém acredita?
 


A realidade do futuro fiscal dos EUA

 

Por Martin Wolf - Valor 24/10
 
A partir da frenética batalha política e dos choques de opinião das últimas semanas, um observador poderia concluir que os Estados Unidos se defrontam com uma catástrofe fiscal. Não é verdade. A posição fiscal do país melhorou drasticamente e não representa qualquer risco de médio prazo. A única crise fiscal com que os EUA se defrontam é a infligida pelo suposto desejo de evitar um episódio desse tipo. A verdadeira questão é que governo os americanos querem e a maneira pela qual eles optam por custeá-lo.
Entre 2007 e 2009 o déficit fiscal do governo geral dos EUA, que inclui Estados e municípios, saltou de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 12,9%, em decorrência da crise financeira. Mas a mais recente projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para um déficit de 5,8% do PIB neste ano e de 3,9% em 2015. Boa parte desse aperto é considerada estrutural, com um déficit de apenas 3,9% este ano, inferior aos 8% de 2010. O aperto fiscal de 2,6% deste ano ajuda a explicar a precariedade do crescimento. Com o abrandamento do entrave fiscal, o crescimento deverá se intensificar. As mais recentes previsões de longo prazo do apartidário Departamento de Orçamento do Congresso (CBO, nas iniciais em inglês) também justificam o otimismo com o médio prazo. Elas mostram uma queda, de 73% para 71%, da relação dívida federal em poder do público sobre PIB nos próximos dez anos.
No ano passado o CBO fez duas previsões: uma básica e uma alternativa. A básica tinha como pressuposto que as reduções de impostos da era George W. Bush expirariam, como previsto em lei. Em decorrência desse e de outros fatores, a receita alcançaria 24% do PIB em 2037. O BCO considerou essa projeção implausível - corretamente, como ficou claro depois: os cortes de impostos de Bush não expirariam na totalidade. O CBO forneceu uma alternativa. Partiu do pressuposto de que as reduções de impostos (e o alívio proporcionado pelo imposto mínimo alternativo) seriam prorrogadas até 2022. Depois, sua premissa foi de que as receitas permaneceriam em seu nível de 2022, de 18,5% do PIB. As novas previsões, que mostram a dívida alcançando 100% do PIB 25 anos a partir dessa data, são piores do que o cenário básico do ano passado, no qual as reduções de impostos de Bush expiravam, mas muito melhores que a alternativa anterior do CBO.


Será que essa projeção de longo prazo é um desastre? Não. Os Estados Unidos provavelmente conseguirão sustentar a dívida em poder do público em 100% do PIB. É um coeficiente alto, mas, no limite, administrável. Os custos de fazer isso dependerão da taxa real de juros. Se ela não for superior à taxa real de crescimento (em consonância com a experiência de longo prazo), o país sequer precisará ter um superávit primário para estabilizar o coeficiente de endividamento. Além disso, os aumentos de arrecadação e as reduções de gastos necessários para manter a dívida em 73% corresponderiam a 0,8% do PIB atualmente e a 1,3% em 2020. Isso é pouco em relação ao que foi obtido nos últimos anos.
O CBO sustenta que "reduzir a dívida de novo a 39% do PIB em 2038 - nível em que estava em 2008 -, exigirá uma combinação de aumentos de arrecadação e de reduções em gastos não referentes a juros num total de 2% do PIB nos próximos 25 anos". As previsões de 2012 sugerem que deixar as reduções de impostos de Bush expirar teria gerado parte desse declínio.
Uma vez que a economia americana teve um bom desempenho na década de 1990, antes dessas reduções financeiramente inacessíveis, é estranho que Barack Obama não as tenha deixado expirar quando teve a oportunidade, na luta em torno do "abismo fiscal" do fim de 2012. Essa iniciativa teria dado ao presidente a alavancagem que lhe falta agora para obter um ajuste fiscal equilibrado. Em vez disso, ele deixou o país na angustiante perspectiva do gatilho automático de cortes previsto em lei.
Mesmo assim é bem possível que não seja necessário qualquer ajuste fiscal mais profundo para reduzir o endividamento. No segundo trimestre de 2013, o PIB estava 14% inferior à sua tendência de 1980 a 2007. Ele poderá recuperar boa parte disso. Na verdade, como observou o ex-secretário do Tesouro, Lawrence Summers, as projeções da diferença entre os números muito maiores da arrecadação e dos gastos durante um quarto de século são violentamente incertas.



O crescimento não apenas é incerto, mas facilmente maleável à formulação de uma política pública inteligente tanto no curto quanto no mais longo prazo. O país pode esperar até a década de 2020 para decidir fazer mais alguma coisa. Mas isso não significa que não haja importantes desafios fiscais. É fácil vislumbrar pelo menos cinco deles.
Primeiro, o processo de ativação do gatilho automático de cortes é arbitrário. Precisa ser mudado. Segundo, como observa Ezra Klein, de "The Washington Post", o governo federal é "um conglomerado de seguro protegido por um exército grande, permanente". O CBO prevê que os gastos com previdência social vão crescer de 4,9% do PIB para 6,2%, e que os gastos com assistência médica se elevarão de 4,6% para 8% do PIB no próximo quarto de século. Outros gastos, como os voltados à ciência e educação, sofrerão violento aperto. Se os gastos militares corresponderem a 4% do PIB, os demais gastos, além dos com previdência social, assistência médica e juros, corresponderão a 3% do PIB em 2038 - nível excessivamente baixo para sustentar serviços essenciais.
Terceiro, uma parte da solução é reduzir os gastos com aposentadorias e despesas médicas. Quanto a estas, há uma oportunidade. O governo americano gasta em saúde o mesmo percentual do PIB que muitos Estados de bem-estar social europeus, ao mesmo tempo em que cobre uma parcela muito menor da população. Quarto, os EUA precisam de uma reforma fiscal. Nesse caso o espaço para uma maior eficiência e equidade é enorme.
Finalmente, a parcela do PIB arrecadada terá de subir. Os 19,7% do PIB previstos pelo CBO para 2038 são baixos demais, a não ser que o Tea Party diminua os gastos com previdência social e com o Medicare. Os dados do CBO sugerem que pode ser necessário um aumento da receita federal para 22% do PIB.
Esse percentual é certamente alcançável e define a natureza do debate, que não diz respeito à dívida. Diz respeito à possibilidade, ou não, de os americanos pagarem os impostos necessários para custear o governo que instalaram. Os EUA criaram grandes programas sociais. Mas parecem incapazes de chegar a um consenso em torno dos impostos necessários para custeá-los, sustentando, ao mesmo tempo, as funções governamentais essenciais num nível razoável. Essa luta está disfarçada por trás da retórica em torno da insustentabilidade da dívida e do desestímulo representado pelos aumentos modestos da taxação. Se os EUA criarem, efetivamente, um enorme problema fiscal para si, será porque o acordo em torno do equilíbrio entre o que o governo faz e a forma pela qual isso é financiado é impossível. Mas, em primeiro lugar, as crises artificiais das últimas semanas têm de cessar. (Tradução de Rachel Warszawski).
Martin Wolf é editor e principal analista econômico do FT