Valor 03/07
A culpa não foi só de Eike Batista, mas as empresas "X" tiveram papel relevante no estrago sofrido pela bolsa ontem, que teve baixa de 4,24%, a maior desde 22 de setembro de 2011. Participantes do mercado apontaram um conjunto de fatores para a onda vendedora que atingiu quase todas as ações - só 2 das 71 do Índice Bovespa tiveram alta.
Vendas pesadas de investidores estrangeiros e a disparada das ordens automáticas para limitar as perdas ampliaram a baixa. Do lado macroeconômico, o mercado digeriu mal o dado de produção industrial, que mostrou queda de 2% em maio. O risco político também foi levado em conta, por causa da agitação provocada pela proposta de plebiscito para reforma constitucional sugerida pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso. Além disso, os diversos protestos e as cenas de vandalismo que acontecem pelo país prejudicam a imagem do Brasil perante o investidor estrangeiro.
No ambiente corporativo, porém, o tema preferido é a crise das empresas "X" e suas possíveis consequências, especialmente sobre os bancos credores de Eike. Quase todos os bancos de investimento revisaram drasticamente para baixo suas projeções para as companhias do grupo, especialmente a OGX. O novo "teto" para a ação foi fixado em R$ 0,10 pelo BofA e pelo Deutsche.
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