O Banco Central fez ontem o que o mercado esperava para sexta e, com um leilão de swap cambial reverso sustentou a maior alta do dólar em quase três semanas. Recolocou, assim, a moeda acima da marca psicológica de R$ 1,95. A operação marcou a primeira intervenção da autoridade no câmbio em quase um mês. A moeda americana subiu 0,51%, para R$ 1,957, maior alta desde 20 de fevereiro.
O dólar chegou a abrir em queda, atingindo mínima de R$ 1,943, a mais baixa cotação diária desde 11 de maio de 2012. O BC então anunciou a oferta de 30 mil contratos de swap reverso, operação que funciona como uma compra futura de dólar, de US$ 1,5 bilhão. O mercado absorveu 20 mil contratos, o equivalente a US$ 999,7 milhões, sustentando a virada e a alta do dólar. A operação também eliminou as dúvidas do mercado quanto ao limite inferior daquela que seria a banda cambial informal do BC.
Tal questionamento ganhou força quando o BC não atuou mesmo após o dólar cair abaixo de R$ 1,95, na sexta, mesmo dia que o IPCA de fevereiro superou as expectativas de analistas.
"O leilão sacramenta que R$ 1,95 é mesmo o piso para o câmbio aos olhos do BC", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora. Segundo ele, porém, a tendência é que a moeda gradualmente volte a se aproximar do piso. "O câmbio só foi a R$ 1,963 [na máxima de ontem]O dólar chegou a abrir em queda, atingindo mínima de R$ 1,943, a mais baixa cotação diária desde 11 de maio de 2012. O BC então anunciou a oferta de 30 mil contratos de swap reverso, operação que funciona como uma compra futura de dólar, de US$ 1,5 bilhão. O mercado absorveu 20 mil contratos, o equivalente a US$ 999,7 milhões, sustentando a virada e a alta do dólar. A operação também eliminou as dúvidas do mercado quanto ao limite inferior daquela que seria a banda cambial informal do BC.
Tal questionamento ganhou força quando o BC não atuou mesmo após o dólar cair abaixo de R$ 1,95, na sexta, mesmo dia que o IPCA de fevereiro superou as expectativas de analistas.
porque o BC tomou quase US$ 1 bilhão, mas a moeda deve se estabilizar um pouquinho para cima de R$ 1,95."
O cenário externo mais tranquilo e os embarques da safra recorde de soja, com aumento no número de contratações de câmbio por exportadores, serão suficientes para manter o câmbio perto de R$ 1,95 no curto prazo, na visão de alguns operadores. Para Battistel, o BC defenderá o piso no caso de baixas mais fortes, assim atuará caso a moeda se aproxime de R$ 2. Ele, porém, vê poucas chances num futuro próximo. "O BC irrigaria o mercado no caso de a moeda chegar perto disso, tudo para não pressionar ainda mais a inflação."
A recuperação do dólar ante o real viria apenas depois de uma alta nos juros, arma que o BC indicou ser a preferida para controle de preços. Embora teoricamente um aumento na Selic eleve a atratividade brasileira e, consequentemente, fortaleça o real, alguns profissionais acreditam que, para que isso ocorra, a Selic teria de subir muito mais do que o mercado vem projetando.
"Se o BC aumentar mesmo a Selic, o dólar pode se recuperar mais para perto de R$ 2, já que a função de controlar os preços ficaria mais restrita ao juro", disse o gerente de câmbio de um banco nacional. "Seria necessário um aumento muito alto [da Selic], no mínimo de dois pontos percentuais. E não se espera uma alta assim, pelo menos não agora."
Outros analistas, entretanto, arriscam afirmar que o objetivo do leilão de swaps de ontem não foi apenas defender o piso - reforçando a sinalização do governo de que o câmbio não é instrumento para controle de inflação. Para eles, a operação seria uma cortina de fumaça ofuscando o aumento na volatilidade que o governo tem promovido ao interferir no mercado para combater a inflação. Essa volatilidade seria um convite ao capital especulativo que, no limite, exigirá um controle ainda mais atento do BC sobre o câmbio.
O leilão do BC devolveu um pouco da volatilidade ao mercado, disse o gerente de câmbio da CGD Securities, Jayro Rezende. "Se o dólar continuasse perto de R$ 1,95, a volatilidade ia cair, o que derrubaria a liquidez", afirmou. "A atuação do BC, portanto, também serve para dar mais fluidez ao mercado."
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