De repente as portas dos elevadores da Adsal estavam revestidas com uma bela gravura que parecia antever melhores dias, ou pelo menos difíceis para os passageiros. Estaria sendo planejada a importação dos elevadores inteligentes de Brasília?
Sempre achei que mereceríamos elevadores menos lentos como também menos problemáticos, mas vamos por partes, Brasília não iria despachar seus elevadores inteligentes sem substituí-los por outros mais geniais. Sim, a central de inteligência está em Brasília, isto é evidente, mas, como anunciava o painel, eram planos para o futuro, até 2014, juntos na mesma direção, isto fazia todo o sentido.
Pensativo, entrei no elevador e apertei o botão 5. O elevador subiu e parou. Entrou um segurança, cumprimentou-me e o elevador desceu. Fui parar no térreo novamente. Saltei e aproveitei para olhar mais detidamente o painel para ver se descobria mais detalhes sobre a estratégia.. Que poderia fazer um elevador além de subir e descer? Alguma coisa estranha estava por acontecer porque o “S” de subir estava apontando para baixo e um “N” apontando para cima! De que seria o “N”, de Não, não vai mais? Quando e por que? E qual segredo estava por trás do “L” e do “O” Os elevadores andariam de lado a partir de 2014? Estava atingindo o ápice do desespero. O elevador da esquerda estava na performance de seu velho hábito de fechar e abrir as portas pelo menos 15 vezes antes de partir para cima ou para baixo. Quando resolvia partir para baixo voltava cheio de sacos de malote e mais pessoas com ares de saco cheio e voltava o hábito de abrir e fechar de portas sem decisão. Quando pensei em desistir, alguém me socorreu com um encarte. Abri. Quatro pessoas da foto pareciam rir da minha cara, do outro lado escrito “Um olhar para o futuro.” Ri de volta, porque no futuro não vai ter mais papel.
Excelente esta nota, Ronaldo. Parabéns. Gostei muito.
ResponderExcluirBrincadeiras a parte, imagino quanto foi gasto com a propaganda do planejamento dentro do banco. Todo mundo fica a maior parte do tempo na frente do computador. Pra convencer, já basta o novo comunicado eletrônico da Dirad, com excelente edição gráfica, e os bons e velhos e-mails. Gastar com folders e adesivos pros elevadores é desperdício de dinheiro. Imagine se cada departamento resolvesse fazer esse tipo de propaganda de seus trabalhos dentro do banco? Onde está a eco-sustentabilidade que aparentemente tem sido tão apregoada nos nossos altos escalões?
ResponderExcluirNão me preocupa tanto o gasto de papel (embora, Fabia, de fato esse gasto seja totalmente dispensável e deponha contra a imagem de seriedade do banco) mas principalmente o fato de que o banco não consegue traduzir para seus funcionários quais são suas prioridades, nem comunicar porque estas devem ser as prioridades, entre tantas possíveis. Em lugar disso, há um jargão administrativo pesadíssimo que não quer dizer nada para a maioria, eu incluído.
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